ATA DA CENTÉSIMA QUADRAGCENTÉSIMA DÉCIMA SÉTIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 15 30.110.1990.
Aos quinztrinta e dias do mês de outubronovembro do ano de mil novecentos e noventa
reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de
Porto Alegre, em sua Centésima Quadragésima Décima SétiNonama Sessão
Ordinária da Segunda Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura. Às quatorzenove horas e q vinteuarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clóvis Ilgenfritz, Cyro Martini,
Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Flávio Koutzii, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro
Hagemann, Leão de Medeiros, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano
José, Nelson Castan,
Omar Ferri, Valdir Fraga, Vicente Dutra, Vieira da Cunha, Wilson Santos, Wilton Araújo, Adroaldo Correa
e João Bosco. Artur Zanella, Clóvis Brum, Adroaldo
Correa, Cyro Martini, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gert Schinle, Giovani
Gregol, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, João Dib, João
Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de
Medeiros, Luiz Braz, Luiz Machado, Mano José,
Nelson Castan, Omar Ferri, Valdir Fraga, Vieira da Cunha, Vicente Dutra,
Wilson Santos, Wilton Araújo. Constatada a existência de “quorum”,
o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Ervino Besson Jaques Machado que
procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura da Atas
da Centésima QuadraDécima Sexta gésima Oitava Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Centésima Quadragésima Sétima Sessão Ordinária, foi aprovada. e da Vigésima
Nona Sessão Solene que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados:
pelo Ver. AntonioArtur Zanella Hohlfeldt,
01 Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/90 (Processo nº 2047/90); pelo Ver. Ervino Besson, 02
Pedidos de Providências; pelo Ver. Dilamar Machado, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Executivo nº
68/90 (Processo nº 2222/90). 01 Projeto de Lei do Legislativo nº 74/90 (Processo
nº 1241/90); 01 Pedido de
Providências; pelo Ver. Elói Guimarães, 01 Projeto de Resolução nº42/90 (Processo nº
1927/90); pelo Ver. Ervino Besson 13 Pedidos de Providências;
pelo Ver. João Dib, 01 Projeto de Resolução nº 43/90 (Processo 1979); pelo Ver.
José Alvarenga, 01 Pedido de Providências; pelo Ver. Mano José, 01 Pedido de
Providências; pelo Ver. Vicente Dutra, 01 Pedido de Providências; 02 Projetos de
Lei do Legislativo nºs 133/90 (Processo nº 1985/90); 134/90 (Processo nº
1986/90); pelo Ver. Vieira da Cunha, 03 Pedidos de Providências; pelo Ver.
Wilson Santos, 02 Pedidos de Providências; 01 Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 23/90 (Processo nº 1847/90). Ainda foi apregoado Requerimento do
Ver. Airto Ferroanto, solicitando renovação de
votação para o Projeto de Resolução nº 17/90. Do EXPEDIENTE
constaram Impressos da
Comissão de Mulheres do Sindicato dos Sapateiros de Novo Hamburgo, de Ivoti e de Dois Irmãos, e do Grupo de Mulheres “Luta, Maria”; dos Aposentados
da Previdência Social: . Em Ofícios nºs 462PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram, em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/90, os Projetos de Lei do Executivo nºs 80, 82, 79 e
84/90; em 2ª Sessão,
os Projetos de Resolução nºs 52 e 53/90; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 151, 157, 158, 137 e
138/90, os Projetos
de Lei do Executivo nºs 74, 77, 78, 81, 73, 75 e 76/90, os Projetos de Resolução nºs
50, 09 e 10/90, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 31/90; em 5ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 45/90.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Dib declarou denunciar nesta data à Liderança de seu Partido, tendo em vista não ter conseguido
dar o encaminhamento desejado ao processo de substituição da Mesa Diretora
deste Legislativo. Discorreu
sobre a sua atuação enquanto líder do PDS, dizendo que continuará trabalhando
para buscar o melhor para a comunidade porto-alegrense. Registrou que encaminhará
Projeto visando a extinção das Bancadas de um único Vereador e a redução do
número de assessores a que tem direito as Bancadas da Casa. Após, foram aprovados
Requerimentos do Ver. Giovani Gregol, solicitando Licença para Tratamento de Interesses Particulares, no
dia de hoje e para o período de três a sete de dezembro do corrente ano. Em
continuidade, o Sr.
Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente João Verle e, informado
que S. Exª já prestou
compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a
integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. João Motta, em nome das Bancadas do PT, PSB, PFL e PDS, e dos Vereadores Airto
Ferronato e Edi Morelli, formalizou a entrega de documento subscrito por dezessete
Vereadores, de composição de uma chapa pluripartidária para a Mesa Diretora dos
trabalhos, tendo como Presidente um integrante do PT e como Vice-Presidente um integrante da Bancada do
PMDB. Defendeu, também, uma redefinição da forma de preenchimento dos cargos de
confiança e uma nova visão para o Orçamento da Casa. O Ver. Luiz Braz reportou-se ao pronunciamento do Ver. João
Motta, acerca de acordo firmado entre dezessete Vereadores visando a constituição de uma chapa para
a Mesa Diretora dos trabalhos. Disse não se apresentar como oposição à chapa
apresentada, atentando para o fato de que a busca do acordo que originou a
mesma foi feita não em nível de Partido, mas, isso sim, em nível de Vereadores. O Ver.
Dilamar Machado
declarou ter recebido
do Ver. João Motta ofício em que é oferecida ao seu Partido a presidência de duas Comissões Permanentes da Casa, em caso de apoio à chapa para a Mesa Diretora
dos trabalhos, apresentada por aquele Vereador. Disse que o PDT formará uma nova chapa, lamentando
declarações do Ver. João Motta, de que o PT buscaria a Presidência da Casa para
“modernizar e moralizar a Câmara Municipal de Porto Alegre”. O Ver. João Bosco declarou
ser isolada a posição do Ver. Airto Ferronato, de apoio a chapa à Mesa Diretora da Casa apresentada pelo Ver. João Motta, não refletindo tal
apoio o posicionamento do PMDB com relação ao assunto. Declarou ser o acordo que
originou a referida
chapa, um acordo entre Vereadores e não entre Partidos. O Ver. Lauro Hagemann disse que
o PCB defende um
amplo entendimento entre as Bancadas da Casa, para que a nova Mesa Diretora
reflita os reais anseios da população. Destacando integrar seu Partido a Frente Popular,
lamentou posições
assumidas pela Bancada do PT, de crítica à atual direção dos trabalhos e de defesa de realização de uma “devassa”
visando uma “suposta moralização” da Casa. Questionou as conseqüências que
advirão do acordo firmado para a constituição da chapa hoje apresentada pelo Ver. João
Motta. O Ver. Omar Ferri analisou os motivos que o levaram a apoiar a Mesa pluripartidária cuja
proposta foi hoje apresentada pelo Ver. João Motta, reportando-se ao
pronunciamento do Ver. Lauro
Hagemann, a respeito, e declarando ser o acordo firmado “a expressão da consciência livre e democrática dos Vereadores da Casa”. O Ver. Wilson Santos
referiu-se aos pronunciamentos hoje efetuados na Casa, acerca
da chapa pluripartidária apresentada pelo Ver. João Motta. Disse possuir um compromisso
anterior com o Ver. Valdir Fraga, não ambicionando qualquer cargo na direção
deste Legislativo e defendendo um acordo baseado em entendimentos amplos e não de alguns segmentos isolados.
Em COMUNICAÇÃO DE
PRESIDENTE, o Ver. Valdir Fraga reportou-se ao pronunciamento do Ver. João Motta, acerca do acordo firmado entre
dezessete Vereadores com vista à Mesa Diretora dos trabalhos. Declarou que a atual Mesa Diretora buscou basear os seus trabalhos na competência
e moralidade e destacou que, caso ocorra alguma “suspeição” com referência a atual direção dos
trabalhos, seja encaminhado o caso de forma clara para o seu devido
esclarecimento. A
seguir, constatada a
existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei
do Executivo nº 50/90, o qual foi discutido pelos Vereadores Wilson Santos, Airto Ferronato,
Artur Zanella e Cyro Martini. A seguir, o Sr. Presidente apresentou sugestão de suspensão dos trabalhos das
doze às quatorze horas. Na ocasião, o Ver. Dilamar Machado apresentou Requerimento
verbal solicitando que seja submetida ao Plenário a decisão quanto a suspensão ou não dos trabalhos. Após,
por treze Votos SIM contra quatorze Votos NÃO, foi rejeitada a continuidade dos trabalhos,
tendo sido, tal decisão,
submetida à votação nominal por solicitação do Ver. Isaac Ainhorn. Na ocasião,
o Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Vieira da Cunha, Adroaldo Correa, Vicente Dutra
e Artur Zanella, acerca da suspensão dos trabalhos durante o horário das doze
às quatorze horas. Ainda, foi apregoado Ofício da Bancada do PDS, indicando o Ver. Vicente
Dutra como novo Líder dessa Bancada. Às doze horas e dez minutos, face à decisão tomada pelo Plenário,
foram suspensos os trabalhos. Às quatorze hora e quinze minutos, constatada a existência de “quorum”, foram
reabertos os trabalhos.
A seguir, foi aprovado Requerimento do Ver. Wilson Santos, solicitando Licença
para Tratamento de Saúde para o dia de hoje. Em prosseguimento, o Senhor Presidente declarou empossada
na Vereança a Suplente Manira Buaes e, informado que S. Exª já prestou compromisso legal
nesta Legislatura, ficando dispensada de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Educação e Cultura. Após, o Senhor Presidente registrou o
recebimento da Emenda
nº 42, da Comissão de Finanças e Orçamento, ao Projeto de Lei do Executivo nº 50/90. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado
o Projeto de Lei do Executivo nº 50/90, com Mensagem Retificativa, ressalvados os
Destaques e Emendas a
ele apostos, após
terem sido, Projeto e Emendas, ainda discutidos pelos Vereadores José Valdir,
João Verle, Nelson Castan,
Omar Ferri, Elói Guimarães, Clóvis Ilgenfritz
e João Dib, e encaminhados à votação pelos Vereadores Vicente Dutra, Lauro Hagemann, Airto Ferronato e João Motta.
Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Ver. Vieira da Cunha, solicitando a inversão da ordem de
votação dos Destaques ao Projeto. Em continuidade, foi aprovado, em Destaque,
o artigo 5º do Projeto de Lei do Executivo
nº 50/90, por
dezessete Votos SIM contra quatorze Votos NÃO, em votação nominal a Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Dilamar Machado. Foram aprovadas, ainda,
em Destaque, as alíneas “a” e “b” do artigo 32 e o Inciso I do artigo 3º do referido Projeto, por dezenove Votos SIM
contra doze Votos NÃO, em votação nominal a Requerimento da Mesa. Ainda, em Destaque, foram aprovadas as
seguintes Emendas: nº
01, por dezesseis Votos SIM contra treze Votos NÃO, em verificação de votação
a Requerimento da Mesa, tendo sido declarada a prejudicialidade das Emendas nºs 02, 07, 15 e 41; nº 04; nº
06; nº 10, por
dezessete Votos SIM contra quatorze Votos NÃO, em verificação de votação requerida pela Mesa; e nº 13. Ainda, em relação ao Projeto de Lei do
Executivo nº 50/90, foi rejeitada, em Destaque, a Emenda nº 08, por quinze Votos SIM contra dezesseis Votos NÃO, em votação nominal a
Requerimento verbal, aprovado, do Ver. Vieira da Cunha. Durante esse período, o Senhor
Presidente acolheu as
seguintes Questões de
Ordem: dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Vieira da Cunha, Cyro Martini, Isaac Ainhorn e Elói
Guimarães, acerca das conseqüências da aprovação do Requerimento do
Ver. Vieira da Cunha, solicitando alteração na ordem de votação dos Destaques ao Projeto de Lei do Executivo nº 50/90; dos Vereadores Omar Ferri, Cyro Martini, Vieira da Cunha, Airto Ferronato, acerca da prejudicialidade
resultante da votação, em Destaque, das alíneas “a” e “b” ao artigo 3º e inciso I do artigo 3º; dos Vereadores Airto Ferronato, Cyro Martini, Wilton Araújo, Vicente Dutra, João
Dib, acerca da votação do Destaque à Emenda nº 08; e dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Mano
José e Wilton Araújo, acerca da prejudicialidade da Emenda nº 18, diante da aprovação da Emenda nº 13, em Destaque. Ainda,
durante a realização dos trabalhos, o Senhor Secretário prestou esclarecimento sobre a
prejudicialidade da Emenda nº 38, em Destaque, e sobre a possibilidade de
decorrer prejudicialidade de outras Emendas após a votação das alíneas “a” e “b” do artigo 3º e inciso I do artigo 3º. Ainda, os trabalhos
estiveram suspensos,
nos termos regimentais, das dezesseis horas e vinte e sete minutos às dezesseis
horas e trinta e dois minutos; das dezessete horas e dois minutos às dezessete horas e sete
minutos; e das dezessete horas e cinqüenta e seis minutos às dezoito horas e vinte
minutos. E, às quinze
horas e cinqüenta
minutos, nos termos do artigo 85, caput, do Regimento Interno, os trabalhos da
presente Sessão foram prorrogados. E, às dezoito horas e vinte e um minutos, nos termos dos artigos 85 e 86 do Regimento Interno, o
Senhor e 463/90,
do Secretário do Governo Municipal; Ofício circular nº
11/90, do Presidente da Câmara Municipal de Sertãozinho, SP; Impresso do
Conselho Estadual da Citricultura do Rio Grande do Sul. Após, face a
Requerimento aprovado na Sessão Ordinária do dia dez do corrente, de autoria do
Ver. Flávio Koutzii, de Licença para Tratar de Interesses Particulares no
período de quinze do corrente a dois de novembro, o Sr. Presidente declarou
empossado na Vereança o Suplente Heriberto Back e, informado que S. Exa. já
prestou compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo,
comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Finanças e Orçamento. A seguir,
constatada a existência de “quorum”, foi aprovado
Requerimento da Ver. Letícia Arruda, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de quinze a dezenove do corrente mês. A seguir o Sr. presidente
declarou empossado na Vereança o Suplente Nereu D’Avila e, informado que
S. Exa. já prestou compromisso legal nesta Legislatura, ficando dispensado de
fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a integrar a Comissão de Educação e
Cultura. Em GRANDE EXPEDIETNE: O Ver.
Dilamar Machado, falando sobre alteração ocorrida no processo de pagamento de
contas atrasadas do DMAE, cujos atrasos passam a ser cobrados nas contas
subseqüentes, destacou ser justa tal medida, mas criticou o fato de não ter
recebido qualquer notificação a respeito, tendo em vista encaminhado Pedido de
Providências ao
de Lei Complementar do Legislativo nº 03/90; 80/90,
do Sr. Renato Morosini nada mais havendo a tratar o Sr. Presidente
levantodeclarou enu os cerrados os trabalhos da presente Sessão, , convocando
os Senhores Vereadores para a Sessão a Vigésima Oitava Sessão Extraordinárias a ser realizada a seguir. Ordinária de Segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Valdir Fraga e Lauro Hagemann Clóvis Brum, Lauro Hagemann e Adroaldo
Correa, e secretariados pelos Vereadores Wilton Araújo Lauro Hagemann e Wilton Araújo. Do. Do que eu, Wilton Araújo,
2º Secretário que eu, Lauro Hagemann, 1º Secretário deste Legislativo, , determinei fosse
lavrada a presente Ata que, após lida lida e aprovada,
será assinada pelo Senhoresenhor Presidente e 1º Secretário.por mim.
O SR. PRESIDENTE (Lauro HagemannValdir Fraga): Solicito
ao Sr. 2º Secretário que proceda à nova verificação de “quorum” para entrarmos
na Ordem do Dia.
): Havendo “quorum”, passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PAUTA –
DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2296/90 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que denomina Rua Ary Malmann Saldanha um logradouro público.
PROC.
Nº 2370/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 080/90, que altera a Lei nº 6.610, de 31 de maio de 1990.
PROC.
Nº 2372/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 082/90, que autoriza permuta de imóveis e dá outras providências.
PROC.
Nº 2359/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 079/90, que cria o Instituto de Assistência
do Município de Porto Alegre – IAMPA e dá outras providências.
PROC.
Nº 2427/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 084/90, que institui parcela autônoma aos servidores
em efetivo exercício
na SMSSS e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 2334/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 052/90, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao
Sr. Pedro João Morelato. Urgência.
PROC.
Nº 2373/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 053/90, de autoria do Ver. Valdir Fraga, que concede o título honorífico de Cidadão
Emérito ao Sr. Antônio Firmo de Oliveira Gonzáles. Urgência.
3ª
SESSÃO
PROC.
Nº 2219/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/90, de autoria do Ver. José Alvarenga, que proíbe o funcionamento dos
estabelecimentos bancários
e de crédito no dia 28 de agosto, Dia do Bancário, e dá outras providências.
PROC.
Nº 2280/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/90, de autoria do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Ernesto Capelli um logradouro
público.
PROC.
Nº 2294/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/90, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que denomina Rua Irmã Teresilda Steffen um
logradouro irregular.
PROC. Nº 2371/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 081/90, que autoriza o
Executivo Municipal a abrir crédito especial no valor de Cr$ 1.650.000,00 e
dá outras providências.
Com Emenda.
PROC. Nº 2045/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/90, de autoria do Ver. Artur Zanella, que denomina Rua Vicente
Marsíglia Filho um logradouro público.
PROC
Nº 2310/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 074/90, que autoriza a venda de imóvel, independente de
licitação, a José Schmidt Lague.
PROC.
Nº 2313/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 077/90, que declara de utilidade pública a Associação Comunitária
Campo da Tuca.
PROC.
Nº 2314/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 078/90, que declara de
utilidade pública a Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre.
PROC.
Nº 2309/90 – PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 073/90,
que autoriza a venda de imóvel, independente de
licitação, a Albano Alves de Alves.
PROC.
Nº 2311/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 075/90, que cria Cargos de
Provimento Efetivo no Departamento Municipal de Limpeza Urbana e dá outras providências.
PROC.
Nº 2312/90 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 076/90, que declara de
utilidade pública a Grande Associação Beneficente de Senhoras do Grande Oriente
do Rio Grande do Sul.
PROC.
Nº 2046/90 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 138/90, de autoria do Ver. Artur
Zanella, que denomina Rua Fioravante Schiavi um logradouro irregular.
PROC.
Nº 2255/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 050/90, de autoria do Ver.
João Dib, que altera a redação do artigo 1º da Lei nº 3.961, de 16 de dezembro de 1974, e dá outras
providências.
PROC.
Nº 0613/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/90, de autoria do Ver.
Edi Morelli, que denomina Salão Adel Carvalho o Salão Nobre da Câmara Municipal de Porto Alegre. Com
Emenda. Urgência.
PROC. Nº 0616/90 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 010/90, de autoria do Ver. Valdir Fraga, que denomina Salão Glênio Peres o
Salão Nobre de Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Com
Emenda. Urgência.
PROC.
Nº 2136/90 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 031/90, de autoria do Ver.
Décio Schauren, que dispõe sobre a licença paternidade aos funcionários públicos municipais,
alterando dispositivos da Lei Complementar nº 133/85, e dá outras providências.
5ª SESSÃO
PROC.
Nº 2145/90 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/90, de autoria do Ver.
Cyro Martini, que cria a Comissão de Segurança e Trânsito na estrutura organizacional das Comissões
Permanentes da Câmara Municipal e dá outras providências. Com
Emenda.
O
SR. PRESIDENTE: Não há orador inscrito para discutir a Pauta.
Tempo de Liderança com o Ver. João Dib, por cinco
minutos, sem apartes. Solicitamos aos Líderes que seus Assessores não passeiem no Plenário.
O
SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, depois de um ano e onze meses em que honrosamente eu exerci a Liderança da Bancada do PDS, venho a esta tribuna pela
última vez na condição de Líder. Estou, neste momento, renunciando à Liderança, desde que não consegui dar o encaminhamento que pretendia à
questão de formação da Mesa. Sem nenhum ressentimento, sem nenhuma preocupação, porque desta tribuna reiteradas vezes eu disse que um partido é
idéias, programa, ação e disciplina, e este Vereador manter-se-á disciplinado,
acompanhará a sua Bancada, mas como já havia afirmado na sexta-feira passada, não
pretende nenhum cargo, pretende apenas ser o Ver. João Antonio Dib que sempre foi.
Tenho ouvido, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
freqüentemente, a
palavra moralidade; tenho ouvido, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, freqüentemente, a palavra transparência; tenho
ouvido, poucas vezes, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a palavra coerência e dentro desta coerência,
dentro da preocupação que eu conduzia os acertos com as demais Bancadas que compõem esta Casa é que eu
vou me manter. Quero
lembrar a todos que fiz Emendas à Lei Orgânica, Proposições à Lei Orgânica, onde eu
não reconhecia a Bancada de um só, o Congresso Nacional não a reconhece, a Assembléia Legislativa não a
reconhece. E eu já estou encaminhando à Casa, no momento da moralidade, da transparência e da
coerência, projetos
de extinção de Bancada de um só. Vou tentar retomar a mesma posição anterior, coerente com o que eu pretendia quando
conduzia os acertos entre as demais Bancadas, vou tentar colocar em prática
aqui. Tenho dito,
aqui, e pretendi também
na Lei Orgânica, que
se reduzissem os custos da Câmara Municipal. Em razão disso, pela mesma coerência de ter até hoje possibilidade
de nomeação de assessores no meu gabinete, estou encaminhando à Mesa a redução
do número de
assessores, e aí eu
vou saber se há moralidade, se há transparência, porque coerência é necessário.
Volto a ser o
Vereador que o povo mandou a esta Casa para representá-lo. Volto a dizer que o Partido está aí para ser
servido por nós e não para nos servir. É com esta tranqüilidade, com o carinho que dedico a cada um
dos meus colegas, que eu vou continuar nesta Casa dando o melhor de mim para
que eu possa representar bem aqueles que confiaram no meu trabalho, aqueles que acreditaram que
seria possível, que
eu seria capaz de transformar algum problema em solução.
Vou ser simples, vou
ser o mesmo João
Antonio Dib que já veio a esta tribuna defender um ponto de vista e viu a sua
Bancada votar contra ele, mas não se alterou. Vou ser o mesmo João Dib que acredita na
disciplina partidária e que acredita no Partido, mas não posso continuar mais
liderando o que eu não estava mais liderando. A mim
a honraria não impressiona, tenho dignidade, tenho passado e também tenho
futuro, porque ainda acredito em mim, e vou
acreditando em mim,
acreditando naqueles que têm a
seriedade no trato dos problemas desta Cidade, e aí eu incluo todos. Sei que os 33 Vereadores
têm preocupação com os problemas desta Cidade e eu serei mais um dentre os 33. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Peço à Bancada do PT, especialmente a um dos
coordenadores, que
ocupe uma cadeira lateral, pois hoje é uma Sessão de Orçamento, temos dezenas de Emendas e vamos pedir que não haja circulação e nem conversas paralelas. A Liderança de cada
Partido, por favor, se houver um chamamento de suas Bancadas, se puder atender junto às cadeiras, evitaremos
problemas. Cada Liderança tem um coordenador, se possível a permanência no Plenário daquele coordenador e os demais
assessores dos Vereadores, quando quiserem conversar com eles, entrem rapidamente e se retirem do Plenário. Peço que colaborem.
Sobre a mesa um
Requerimento de autoria do Ver. Giovani Gregol solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares para o dia de hoje. Parecer favorável do Ver. Lauro Hagemann junto com as assinaturas
dos outros companheiros
de Mesa. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Assume o Ver. João
Verle, Suplente. Nós o declaramos empossado. Comunicamos que V. Exª também vai
fazer parte da Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
Sobre a mesa um outro
Pedido de Licença, do dia 03 a 07, a partir de segunda-feira, do Ver. Giovani Gregol, para Tratar de Interesses Particulares. Em votação o Requerimento. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A posse do Suplente
ocorrerá na próxima segunda-feira. Com a palavra o Ver. João Motta.
O
SR. JOÃO MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria,
neste momento, de, em nome não só da Bancada do PT, mas também em nome da Bancada do PSB, dos
Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella e Edi Morelli, desta tribuna,
formalizar a entrega, à
Liderança da Bancada do PDT, de um documento subscrito por 17 Vereadores que
apresentam ao PDT, inicialmente, depois estendem esta entrega ao PL e ao
PCB, visando à composição da Mesa pluripartidária. Dissemos, desde o início, e este é também o entendimento
destes 17 Vereadores,
que buscaríamos, nesta
discussão da composição da Mesa, a composição de fato, de uma forma aberta e transparente, onde não existisse a imposição
de um partido sobre
os demais, mas ao contrário, que houvesse, de fato, a composição eqüitativa dos cargos, bem
como, conseqüentemente, das decisões e responsabilidades administrativas da instituição Câmara de Vereadores. Se eu digo isso, digo que esses 17 Vereadores têm, como premissa, a avaliação de que não existe isso na Câmara, hoje, e que, portanto, esse acordo que visa
construir uma visão de gestão e administração da Câmara, espera
contar com a adesão de mais três partidos. Portanto, o nosso objetivo, de fato, é compor uma Mesa pluripartidária com a presença de nove partidos. Gostaria, também, de registrar que, no horizonte
desses 17 Vereadores,
se encontra a preocupação
com a redefinição da forma de se preencher os cargos de confiança, e se nessa
avaliação e discussão chegarmos à conclusão de que não haverá necessidade de preenchê-los,
nós não os preencheremos. Em segundo lugar, também está no horizonte desses 17 Vereadores um
balanço sobre as verbas para a Câmara, e em sintonia com isso o Executivo, ao
encaminhar o Projeto inicial de Orçamento, já havia diminuído o total da
rubrica destinada ao
Legislativo Municipal.
Não que isso seja uma
questão fechada, mas nos parece que esses dois exemplos colocam que, para nós, o cotidiano da Câmara
Municipal se constrói com transparência, embora isso possa, para alguns, ser um mito da moralização, para nós é algo que pode ser
construído no cotidiano deste espaço Legislativo.
Nesse entendimento e nessa negociação, coube ao PT a Presidência da
Câmara no primeiro ano; ao Ver. Airto Ferronato, a primeira Vice-Presidência; ao Ver. Omar Ferri, a segunda
Vice-Presidência;
Secretaria-Geral, ao Ver. Leão de Medeiros, e possuímos e estamos em aberto para a discussão com as
demais bancadas a
complementação desta
Mesa, na medida de
que existem ainda dois cargos vagos. A composição das Comissões também coloca, hoje, a possibilidade de negociarmos com estes demais partidos a possibilidade da sua participação em duas
Comissões. Aliás, na Comissão de Orçamento e Finanças.
Portanto, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gostaria, ao concluir, reafirmar que esta meta que para alguns pode
ser um mito, para nós
não é. A busca da transparência, da moralização, ela vai passar, sim, pelo
cotidiano da Câmara Municipal. E a primeira simbologia disto vai ser, concretamente, um balanço e uma intensa
discussão sobre a necessidade, ou não, do preenchimento de todos os cargos de confiança e sobre, também, a forma de melhor aproveitar os próprios
funcionários do quadro da própria Câmara Municipal. Sou grato.
(Não revisto pelo
orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Liderança com o PTB.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu não tenho nada
contra o acordo porque ele tem sido comum, aqui nesta Casa, desde quando eu me elegi Vereador
em 1982. Mas eu acredito que agora o Líder do PT comete um equívoco quando convida os demais partidos políticos da Casa para
formarem uma Mesa pluripartidária, porque a manobra do PT na composição da Mesa não foi para buscar os demais partidos. A manobra do PT – eu não estou
recriminando, apenas estou me opondo, como o fato foi colocado da tribuna, aqui, pelo Ver. João
Motta – foi para buscar Vereadores, independente das siglas partidárias, tanto é que este
Vereador, que é Líder
da Bancada do PTB, e
eu não tenho nada contra o modo como foi feito o acordo, só fui procurado quando já estavam, praticamente, as
coisas definidas.
O Ver. Edi Morelli, o
qual eu respeito muito, inclusive a posição que ele tomou, mas ele decidiu e ele sabe muito bem disso, já conversamos a respeito
disto, ele decidiu, não como partido político, PTB, ele decidiu como Ver. Edi
Morelli, convidado que foi pela Bancada do PT, assim como sei que aconteceu, também, com outras bancadas. Da mesma forma acho que este documento não deveria ser endereçado, agora, para o PDT e sim para
Vereadores do PDT que, porventura, queiram ingressar no acordo, porque as coisas não
estão sendo feitas partidariamente, estão sendo feitas de uma forma a conseguir 17 Vereadores que formam
exatamente a maioria
para conquistar a Mesa,
e não estou contrário à forma como foi feito o acordo. Isto é feito na Casa, Ver.
Adroaldo, eu participo dela desde 1982 e desde esta época as coisas são feitas assim, e não sou contrário, apenas acho que o Ver. João
Motta, quando veio à tribuna e colocou um acordo buscando outros partidos políticos e dizendo que eles foram
buscados para compor a Mesa, estou me opondo apenas a isso. Não foi exatamente isso que aconteceu e temos que restabelecer a verdade: o que
aconteceu foi uma busca de Vereadores, independente da sigla partidária, para que se formasse uma
maioria de 17 Vereadores que daria à Mesa a manobra da mesma. Então, queremos
dizer que não seremos
oposição à chapa dos 17 Vereadores que estão elegendo a Mesa, faço questão de trabalhar para
que esta Casa consiga
cada vez mais se elevar, apenas não vou aderir porque trabalhei durante todo o tempo para que uma
outra chapa, nesta
Casa, fosse vitoriosa e não escondendo de ninguém,
pois sou uma das assinaturas que compõem a chapa adversária, mas não serei oposição. A esta altura dos
acontecimentos voto na chapa vitoriosa, pois
não sou contra as
pessoas que vão formar a Mesa e vou trabalhar para que estas pessoas consigam
desenvolver seu trabalho da melhor forma possível, só que, por favor, vindo a esta tribuna vamos
dizer as coisas exatamente como elas aconteceram: não foram acordos
partidários, foram
acordos entre
Vereadores independentes de siglas partidárias. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, Liderança com o PDT. Com a palavra
o Ver. Dilamar
Machado.
O
SR. DILAMAR MACHADO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acabo de receber do Ver. João
Motta um ofício a mim
encaminhado, na condição de Líder do PDT, em que propõe ao Partido Democrático
Trabalhista a Comissão de Finanças e a segunda Secretaria da Casa. O Ver. João
Motta, antes de fazer
esta oferta generosa,
magnânima, politicamente correta ao PDT, participou a noite passada, do famigerado programa Câmera Dois, ao lado do inefável Ver. Airto Ferronato, e ali já
anteciparam este acordo entre o PT e o PDS. Na realidade o Líder do PMDB, Ver. Clóvis Brum, ausente da Casa por
questões de saúde, manteve contato comigo na noite passada e não chancela a adesão do Ver. Ferronato; o Líder do PTB, Ver. Luiz Braz
acaba de deixar a
tribuna e não chancela a adesão do Ver. Edi Morelli; o Líder do PL, Ver. Wilson Santos, não chancelou este acordo
até agora; o Líder do Partido Comunista Brasileiro, Ver. Lauro Hagemann, não chancelou este
acordo; e o Líder do
PDT, Ver. Dilamar Machado, não chancela este acordo. E agradece emocionado o gesto magnânimo
dos companheiros do PT,
mas também com emoção, em nome dos doze Vereadores, abre mão da honra de ter a segunda
Secretaria da Casa com um dos companheiros do PDT. Pelo contrário, nós, do PDT, vamos formar nossa chapa e vamos disputar as eleições, democraticamente, e ganhar ou
perder é uma questão
que está na cabeça de todos aqueles, especialmente do PT, do Sr. Tarso Genro, e do PDS, do Sr. Nelson Marchezan, que se uniram após a derrota dos seus candidatos
e a vitória do nosso candidato Alceu Collares nas últimas eleições.
Agora, uma coisa nós, do PDT, não vamos aceitar e vamos discutir, é que os
companheiros do PT dêem nota dizendo que querem assumir a Presidência da Casa para moralizar a
Casa, para dar transparência à Casa, agredindo, inclusive, a atuação competente,
séria, do ilustre
Ver. Adroaldo Corrêa, que faz parte da Mesa, agredindo o próprio Ver. Valdir Fraga, que foi consagrado pelo
Rio Grande do Sul, eleito Deputado Estadual e agredindo o companheiro Lauro
Hagemann que, sem
sombra de dúvidas é uma das mais limpas e ilustres figuras da política do Rio Grande, sacrificado sempre na sua luta política em nome das suas idéias e
do seu partido. Isso nós não vamos aceitar.
Essa segunda “Operação Carruagem de Fogo” tem uma
característica interessante: acompanha, na chapa, o condutor da carruagem e também aquele que tentou incendiá-la. Na realidade, é uma
aliança insólita. E não vão os companheiros do PT dizer para mim – podem dizer no programa do Sergio
Zambiasi, como disseram hoje de manhã; podem dizer no programa do Clóvis Duarte, como disseram ontem
– que é uma aliança transparente entre partidos para moralizar e modernizar a
Casa. Na realidade, é
um acordo por divisão de cargos. E sabem os companheiros o que custou, para o
PT, assumir a Presidência com o companheiro Hohlfeldt, se isso vier ocorrer, para certas adesões. Quantos
cargos custaram! Começa por aí a falta de seriedade; começa por aí a falta de
transparência. Nós, do PDT, entendemos... (Apartes
anti-regimentais.)
Depois da autocrítica do Ver. Ferri eu continuo. Aliás, foi na Presidência do Ver. Ferri – foi dito
aqui que foi às
claras; não foi bem às claras, foi à
noite, à beira da piscina, bem iluminado, mas à noite, à beira da piscina –
que foi feito esse acordo. Não sei se o Ver. Dib estava presente, acho que não, porque ele estava doente, não é,
Vereador? Não participou. Mas o que nós vamos fazer é disputar! Ganhar ou
perder é conseqüência lógica da política! Agora, indiscutivelmente, nós jamais vamos
aceitar que isso é um acordo entre partidos! Como diz o Ver. Luiz Braz é um acordo do PT com o PDS, o
PFL e a divisão de duas bancadas cujas lideranças não chancelaram o acordo. Agora, os companheiros hão de
saber que a eleição é dia 15 de dezembro e até lá muita água corre em baixo da ponte e muita roupa
suja há de ser retirada para os varais da história política desta Casa. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Liderança com o PMDB. Com a palavra o Ver. João Bosco.
O
SR. JOÃO BOSCO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, sempre tenho dito quando assumo esta Casa, na condição de primeiro
Suplente do PMDB, que nunca faço a crítica pela crítica nem a oposição pela oposição.
Desde a primeira vez que aqui assumi sempre falei que estava aberto a qualquer tipo de
conversação, de
negociação política. Agora, eu quero deixar claro esta questão da Mesa da Câmara de Vereadores, que a posição do companheiro
Airto Ferronato é uma posição isolada, não é uma posição do PMDB. A
posição do PMDB, segundo orientação do partido seria, tanto na Assembléia Legislativa como na Câmara de Vereadores,
fazer um bloco com o PDT. Já conversei com o Ver. Airto Ferronato, ele me cedeu
este tempo para que eu pudesse explicar que é uma posição isolada a dele, individual, nada tendo a ver com a questão partidária do PMDB, até porque, como disseram os companheiros
Dilamar Machado e Luiz Braz, não houve um acordo entre partidos e, sim, entre
Vereadores. Assim,
para encerrar, deixo claro que a posição adotada pelo Ver. Airto Ferronato é isolada, não tendo nada a ver com o PMDB. Sou
grato.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Liderança com o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, já que a
questão da Mesa foi suscitada, intempestivamente, neste dia 30/11, em que a Casa tem uma missão importantíssima e indesculpável
para se ocupar, que é
o Orçamento Municipal, eu não poderia deixar de vir à tribuna para manifestar a opinião
do PCB. Todos sabem, nesta Casa, os que me procuraram antes, que somos, ainda, por um amplo
entendimento entre as
Bancadas para que a Mesa da Casa reflita as posições majoritárias daqueles que o povo da Cidade escolheu. Tenho
que lamentar ao dizer
que este propósito do
PCB não parece que foi perseguido, pelo menos nas últimas conseqüências. Por enquanto
ainda pertenço à Frente Popular, o PCB é partícipe, é sócio menor do PT na Administração
Municipal e tem-se
comportado, nesta
condição, com toda a clareza, solidária sempre. Aqui nesta Casa muitas vezes o PCB sustentou
posições em nome da coerência, da solidariedade, do dever de participe da
Administração
Municipal que, num exame mais amplo, mais profundo não se coadunava justamente com seus
interesses mais imediatos. Mas fazemos isso de bom grado e não nos arrependemos. Eu, por
outro lado, não posso
aceitar que agora, de repente, se queira proceder a uma devassa, quase como se fosse devassa na
atual Administração da Casa, até porque a Frente Popular faz parte desta
Administração, Ver. Adroaldo
Corrêa e eu próprio, eu não posso admitir que em nome de uma moralidade se faça esta
tentativa. Porque a questão, para mim, não está só na moralidade, também a inclui, e nós precisamos corrigir todos
os atos que não forem
condizentes com a
nossa condição.
Agora, a questão é política. Nós não podemos ignorar que
o PDT tem a maior Bancada, nesta Casa, e para mim soa como uma brincadeira de mau gosto
oferecer ao PDT a segunda ou terceira
Secretaria. Eu acho
que a perspectiva Estadual e a perspectiva Municipal nos impõem uma visão pela
esquerda e não pela direita, na condição do processo político neste Estado e
neste Município. E aí que as coisas começam a se afunilarem. Eu não assinei o acordo. Eu espero o desdobrar
dos acontecimentos. Eu acho que ainda haverá coisas a acontecer, e um dos capítulos vai ser escrito hoje. É preciso que as
coisas comecem a se por em ordem. A pretexto de se curar um doente não vamos
matá-lo.
O PCB continua nos
seus propósitos para
que se revise sem torturas para ninguém esse acordo, pois não somos donos da verdade. Mas é preciso que, a persistir essa linha de atuação, eu não sei até onde nós vamos, mas eu
reafirmo com toda a tranqüilidade que não ando em busca de cargo nenhum. Quero
sentar no Plenário desta Casa sem nenhuma
prerrogativa e cumprir os meus dois anos de mandato, juntar as minhas tralhas e ir para casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Omar Ferri.
O
SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, artigo 1º: não é lícito a nenhum de nós esquecer o passado, sob pena de
ferirmos a ética de um comportamento com dignidade, se esquecermos o que
aconteceu ontem.
O Vereador do Partido
Comunista Brasileiro, Ver. Lauro Hagemann, disse que não veio para esta Casa buscar cargos. Tudo bem! Eu até acho que é um dos
Vereadores, na minha
opinião – e eu não me
dou com ele – um dos
Vereadores que expressa um dos maiores estágios de dignidade nesta Casa. Eu, quando elogio alguém com o qual eu não tenho
relações, eu acho que o elogio é correto. Agora, eu me lembro que quando me
elegi Vereador eu fui
procurado por um Vereador imediatamente. O Vereador que me procurou foi o Lauro Hagemann que
aspirava o cargo de Presidente da Casa. Solicitei ao Ver. Lauro Hagemann que me
informasse quem seria o concorrente. O concorrente é o Ver. Valdir Fraga, outro Vereador que eu estimo e prezo muito e sei que
ele gosta muito de mim. Eu disse ao Ver. Lauro Hagemann que já havia decidido e por um posicionamento ideológico
estarei com V. Exª, sem nenhuma dúvida. Quem não aspirava nada era eu. Eu não tinha condição de aspirar alguma coisa
porque um Vereador de um Partido só não tem força nenhuma e tem que se submeter
sempre à ditadura da maioria, quer
dizer, que democracia
é esta que só interessa a maioria? E sempre ocorreu, nesta Casa, a ditadura da maioria. Eu poderia dizer que fui
consultado sobre a sucessão da Mesa, e a mim ofereceram cargos e eu não aceitei por uma questão de
dignidade pessoal. Agora, ninguém quer devassa, aqui; ninguém disse que queria devassa, quem disse que é necessário
moralizar foi o manifesto
do Partido Comunista
Brasileiro, com
aspectos amplos “com vistas à democratização”, quer dizer, não havia democratização de
acordo com o meu discurso, moralidade e eficiência nos trabalhos parlamentares,
ninguém falou, do nosso lado ninguém falou em moralidade. Eficiência, nós estamos falando desde que
assumimos, pois a Casa tem problemas de eficiência, tem! Eu pergunto, eu me pergunto qual a situação dos partidos pequenos aqui? Algum Vereador pertencente a algum partido pequeno tem qualquer
cargo nesta Casa? E, se somados, tem quatro ou cinco Vereadores de partidos pequenos. Nós sempre fomos cascas de
nozes nas mãos do comando da ditadura da
maioria. Já falei várias vezes, desta tribuna, não é nenhuma novidade. Agora
me parece que, por um acordo, as maiorias têm uma chance democrática, uma vez que diz respeito e que
se integra no
testamento democrático
desta Casa. E vem o poder da ditadura, da maioria, exigir democracia... (Apartes anti-regimentais.) Eu não pretendia ofender ninguém. O dia que eu for
demagogo, o dia que eu for cínico, um dia em que eu usar de hipocrisia, um
dia que eu fizer qualquer discurso, nesta Casa, que contenha alguma demagogia, em primeiro lugar, eu mudo de nome e, em segundo lugar, eu pediria
a minha renúncia do cargo de Vereador. A mim não haverão de acusar de nada, embora eu seja um homem com
muitos defeitos. Mas aqui dentro eu procurei ser sempre coerente comigo mesmo. Tão coerente que até o meu
próprio partido que
não é coerente, quer me expulsar, apenas por eu ser coerente. Um partido que levou seis meses para
me dizer que eu tinha direito de votar de acordo com a minha consciência e, uma hora depois de
iniciada a segunda votação do sábado-inglês, através de um telegrama, diz que tinha mudado de opinião,
que eu deveria mudar a minha, mas eu não sou moleque.
Encerro o meu
pronunciamento dizendo a V. Exª e aos prezados companheiros que este acordo é a
expressão da consciência livre e democrática dos Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Revisto pelo
orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Wilson Santos, em tempo de Liderança.
O
SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não poderia, em absoluto, me furtar de vir à tribuna no
momento em que este tema está em debate, apenas para registrar a minha posição que é conhecida, se não de todos, da maioria dos Vereadores, e é
uma posição conhecida das Lideranças que se movimentaram para compor a chapa
que está sendo
apresentada, e as
Lideranças que tentaram compor uma outra situação.
Eu fiz um compromisso
não escrito, fiz um
compromisso, há
bastante tempo, um compromisso mais na linha da amizade pessoal com o Ver.
Valdir Fraga e em nenhum momento eu escondi isso. Quando o Ver. Antonio Hohlfeldt me convidou, prontamente informei a ele que
tinha um compromisso, nada assinado, apenas um compromisso com o Ver. Valdir Fraga,
compromisso que assumi já na votação para a Mesa, na gestão anterior, e nem
um cargo eu exigi,
mesmo sendo apenas um, de uma representação político partidária. Digo que discordo da posição do Ver. João Antonio Dib, sempre discordei, porque Bancada, também na
definição do dicionário Aurélio, é a representação no Parlamento de uma agremiação político partidário, não dizendo se a representação é de
um, de dois ou de três. De forma que eu
pertenço à representação do Partido
Liberal nesta Casa. Eu poderia ter tido cargo na Mesa passada, mas nem admiti o estudo porque
preferi ser apenas um Vereador, sentado aí na tribuna, fazendo o meu trabalho
individual.
Estou tendo a
oportunidade, agora, neste momento, se quiser assumir um cargo na Mesa. Não dei nenhuma palavra neste
sentido e tenho,
neste momento, a
total isenção de ânimo de assumir qualquer cargo. Não é o cargo que vai me fazer mais ou menos Vereador, e se
vier eventualmente assumir um cargo na Mesa, também nada diminui. Acho uma coisa normal, só que estou dizendo que nunca
pretendi, nem estou
pretendendo cargo algum.
Eu simplesmente repito o que disse ao Prefeito da Cidade, conversando sobre as
tratativas nesta Casa,
eu disse que só tinha um compromisso, que firmei há tempos com o Ver. Valdir
Fraga, e
conseqüentemente, e indiretamente, este compromisso está lá com a Bancada do PDT. Vou aguardar porque
tenho certeza que sobre esta Casa estão os mais límpidos e cristalinos eflúvios de quem realmente quer
resgatar o caminho de uma estrutura sólida, calcado no entendimento amplo e não calcado em seguimento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. Lauro Hagemann para ocupar a
Presidência.
O
SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra o Ver. Valdir
Fraga.
O
SR. VALDIR FRAGA: Ver. Lauro Hagemann, Secretário, e mais do que Secretário,
muitas vezes Presidente e, muitas vezes, mais do que Presidente. É difícil este momento, mesmo sendo um homem de 47
anos, com 14 anos de Câmara e apaixonado por esta Casa, infelizmente, principalmente neste momento,
com uma semana de
problemas físicos, quase em alguns momentos disposto a pedir licença médica, mas com a responsabilidade de estar presente no dia do Orçamento, me preparei, hoje, até exagerando um pouco,
pedindo aos assessores que venham para cá, se no caso algum Vereador perturbasse ou saísse do Plenário. Estão aqui, índice por índice, 38 bilhões para o
Município, 800 para a
Câmara, e tendo a
certeza de que iremos e
vamos passar a noite adentro, discutindo Emenda por Emenda, a surpresa é a discussão de Mesa, que é democrático, também é válido. Acho que errado estava eu pensando que hoje seria o dia do Orçamento, da manhã à noite, Orçamento para 1991, para que a nossa Cidade possa recuperar algum problema, se é que há algum problema de administração ou de obras. Fiquei ouvindo o primeiro discurso, como se a Mesa tivesse uma
suspeição ou suspeitando da Administração
da Casa, que eu acho que deve ter acontecido alguns erros, não tenho dúvida, mas erro moral eu tenho certeza
que não. Se teve algum erro moral a culpa é das próprias Lideranças, até
porque a assinatura de aumento ou qualquer alteração, a Mesa recebe a
assinatura das resoluções não só dos companheiros de Mesa, como de Lideranças.
Mas tenho certeza de que vai ser um final alegre, porém hoje é um dia triste. Pode ter acontecido, Srs.
Vereadores que estiveram no acordo da atual Mesa, é um mau acordo, até, deixando algumas Bancadas
fora desse acordo, mas
em termos de administração, a Casa esteve
presente com as figuras que estão na Mesa. Eu acho que aí está o acerto da
Mesa, porque nenhum dos companheiros, em nenhum momento, se licenciou ou pediu demissão
da Mesa, contrariando as atitudes da mesma. Estou dizendo isso, porque estou na Casa há 14 anos e recordo que em outras
Mesas, até numa que eu presidia, teve colega que pediu demissão porque não
concordava com a atuação ou alguma posição, em algum momento, da própria Mesa. Mas não é ela que dá vantagens, não para os partidos que fizeram acordo com
ela; ela se torna má Mesa, em muitas vezes por erro
nosso, passarem algumas assessorais da própria Casa, até assessores próprios do
PDT e de outros partidos corrigindo, trazendo ponto,
tirando ponto para a Diretoria Geral, como se fôssemos donos da Casa, como se
estivéssemos pensando que os demais são os nossos filhos, que a Casa é minha ou dos companheiros
de Mesa ou das Lideranças. Eu gostaria que continuassem as discussões da
composição da Mesa entre todos os partidos, mas se a Mesa está em suspeição, ainda há tempo
de nos encaminhar uma carta colocando os nossos erros, as nossas agressões, e eu acho que quando há uma
suspeição é porque existe até alguma fraude, algum problema maior. Eu gostaria
de receber – se é que existe – e aquele cargo está ao inteiro dispor, pois o cargo
não é meu, é dos Senhores. Eu vim para cá eleito pela comunidade porto-alegrense para ser Vereador e, felizmente, fui escolhido
pela maioria dos 33 Vereadores para presidir a Câmara, assim como os demais companheiros da Mesa.
Agora, não vamos misturar estes acordos que estão acontecendo, são democráticos, sempre
aconteceram. Não os
coloquem de uma maneira como se os companheiros que estão na Mesa e nas
Comissões estivessem
cometendo algo errado,
como acontece em outras Câmaras, em outras Assembléias. Felizmente a nossa Câmara é um exemplo.
Ontem, ainda, eu ouvia o Profº Ritter do Reis fazendo elogio a esta Casa.
Isto também eu percebo quando viajo. Não tenho viajado muito, é verdade, só fui
uma vez, como Presidente, a São Paulo e nunca mais fui, pois quando estou
saindo, já estou com vontade de voltar. Se estiver em casa, como ontem, ou na madrugada, já estou pensando no Orçamento, como fazer, como vamos
organizar. E eu
espero que aquele que
assumir esta Mesa, com os demais companheiros de Mesa, ele faça a mesma coisa, para honrar
este Legislativo. Não vão pensar que a minha eleição como Deputado foi porque eu sou Presidente da
Câmara. Ela ajudou, é claro, mas não pense que aquele que vai entrar na Presidência, que vai ser eleito porque é Presidente da Câmara. Isto
ajuda, mas precisa trabalhar muito, precisa atender as suas comunidades,
continuar sendo o mesmo,
não se emocionando com os convites que estão chegando, até mesmo para fazer
parte do Governo Alceu Collares. Eu não fui convidado. Alguém me dizia, há pouco
tempo: mas como é isto, estás triste ao invés de estar alegre, te elegeste Deputado e teu nome está sendo cogitado para
Secretário de Governo!
Estou triste, sim, porque sei que, se for convidado, terei que pensar duas vezes e, se assumir, terei de chegar, algumas vezes, as cinco da manhã, como cheguei no passado. Não tenho
curso superior, é por
isto que tento, com todo o esforço, fazer todo o possível para superar aquilo
que eu não possuo,
que eu não sei, e me
assessorar bem. Não tenho ciúmes de quem tem, espero que continue estudando
cada vez mais. Eu
tentarei superar esta diferença que tenho em relação aos demais companheiros
que possuem cursos através do meu esforço. Acho
que ninguém me chamou de cínico, aqui, não posso acreditar nisto. Eu não sei ser
líder, não que os líderes sejam artistas. Não! Falam no meu, também, mas eu digo que eu sou mais da área executiva. Eu estou fugindo um pouco para
pedir aos companheiros
que estão buscando acordo de Câmaras que procurem buscar um entendimento que deixe esta Casa com seu nome cada vez mais
respeitado pela nossa Cidade, pelo nosso Estado, pelo nosso País.
Eu queria colocar que
a assessoria da Casa,
a imprensa, a própria direção da Casa não são as melhores do País, mas andam perto de serem as melhores entre as melhores em termos de
funcionários municipais e dos próprios legislativos.
Eu gostaria de dar
apartes porque eu sei que os companheiros vêm me dar apoio e me incentivar por esta dor que estamos sentindo, neste momento, porque a
Administração foi
atacada, a Casa foi atacada, talvez até por um pouco de falta de sensibilidade.
Acredito até que não
tenha sido esta a intenção. Eu gostaria de deixar claro que aquilo que o Ver. Omar Ferri disse sobre a
nossa amizade, que
realmente ele é uma das pessoas que eu admiro. Não só ele aqui da Casa que
tenho respeito, assim
como vários companheiros
que eu poderia citar, eu tenho amor pelas pessoas, eu não uso as pessoas,
assim como o Ver. Lauro
Hagemann, que é uma das pessoas – nem precisaria dizer – que mais admiro. Tem pessoas aqui que eu tenho muito carinho e se um
dia alguém quiser bater nessa pessoa eu estarei na frente para apartar, mesmo com algumas
divergências.
O
Sr. João Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Nobre Vereador
Presidente, ouvi com muita atenção o seu pronunciamento e também com muita preocupação, pois V. Exª se referiu ao
primeiro pronunciamento, mas posso assegurar que não houve qualquer
agressão à Presidência e muito menos à Mesa.
O
SR. VALDIR FRAGA: Vereador, não foi V. Exª, porque V. Exª estava se
dirigindo à sua
Bancada. Foi exatamente com o Ver. João
Motta que iniciou, – e
eu tenho o maior respeito
por ele – a questão da Mesa e daí surgiram os problemas maiores.
O
Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, sou o 3º Secretário
da Mesa e tenho certeza que o que está escrito em nosso documento, nosso eu digo daqueles 17 que
constituem um
princípio de acordo da nossa gestão, é um objetivo que perseguimos e um objetivo que vamos perseguir como um objetivo permanente, o da impessoalidade da gestão e, portanto, da moralidade. Este é o princípio básico da administração desta
Casa que nós, na Mesa, preservamos. Gostaria de salientar que não há uma suspeita de gestão de
V. Exª, até porque na situação em que estou e assinando o documento, se estivesse com suspeitas
teria me demitido, como V. Exª bem registrou.
O
SR. VALDIR FRAGA: Gostaria que pudéssemos, respeitando alguma Questão de Ordem, algum pronunciamento, entrar no Orçamento e que depois continuássemos com
a discussão para que possamos ter, no próximo ano, uma Mesa melhor do que a atual. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passaremos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. Nº 1956/90 –PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/90, que estima a Receita e Fixa a Despesa do Município para
o exercício
econômico-financeiro de 1991. Com Emendas de nºs 01 a 41. Com Mensagem Retificativa. Com Subemenda nº 01 à Emenda nº 06.
Pareceres:
- da CFO. Relator Ver. Airto Ferronato: pela aprovação do Projeto, com Mensagem Retificativa e com as Emendas nºs 03 a 07, 09, 10, 12, 18, 19, 21 a 31, 33
a 35, 39 e 40. Pela aprovação da Subemenda nº 01 à Emenda nº 06. Pela rejeição das Emendas nºs 01, 02, 08, 11, 13 a 17, 20,
32, 36 a 38 e 41.
O
SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para discutir, o Ver. Wilson Santos.
O
SR. WILSON SANTOS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu tenho quatro Emendas ao Orçamento e todas elas bem fundamentadas, tecnicamente explicadas, com embasamento de primeira
grandeza, não porque tenha a minha assinatura, mas porque foi fruto de um trabalho profundamente sério e com
muitas horas de estudo. A primeira Emenda que eu estou apresentando prevê a destinação de 15
milhões para os pontos negros. E estes pontos negros estão tecnicamente
levantados com estatísticas, com farta documentação mostrando... Ver. Artur Zanella, V. Exª quer um
aparte?
O
Sr. Artur Zanella: Sr. Presidente, eu fiz um comentário, Vereador, que esta é uma das coisas que a nossa civilização nos trouxe. A
gente cita o ponto negro como uma coisa ruim e não é. Pode ser o ponto branco, o ponto amarelo, e a gente diz aquela mancha negra na nossa vida. Este é um
racismo disfarçado que a gente tem interiormente, e
eu só fiz um comentário
a este respeito.
O
SR. WILSON SANTOS: Eu sabia que o aparte seria extremamente
esclarecedor, por isso o pedi. Os pontos negros são levantados e é esta denominação e não
posso eu mudá-la, inclusive se analisarem todas as matérias jornalísticas onde é mostrado o número
enorme de mortes, ele é levantado sob esta denominação. Poderemos, e eu até acho justo
que se faça um movimento para trocar esta denominação, só que eu tenho que trabalhar em cima dos dados
que eu tenho.
Então, nós vamos ver
que nestes pontos, em
relação a acidentes de trânsito, nós temos em atropelamentos, em 1989, 1.500; uma diferença para o ano de 1989 de 2.075
atropelamentos, num aumento de 31%.
O dado menor em
termos do total de
acidentes que nós teríamos, aqui, 16.431, chegou, em 1989, a 26.295, com acréscimo de 60%. Nós temos aqui: mortos e feridos, em matéria da estatística de feridos uma variação de 18% entre o último
dado e 21% entre o dado de maior segurança, ou seja, nos dados de menor acidente com mortes chegamos ao
percentual de 44% nesses pontos. Colocamos na justificativa, não vou lê-la, foi
entregue ao órgão competente e está de posse do Relator Airto Ferronato, onde nós colocamos a
necessidade de investir nesses pontos em virtude dos grandes prejuízos causados à sociedade brasileira, em geral, como
também aos porto-alegrenses. Para se iniciar a reversão desse tão grave quadro é indispensável a realização de investimentos
para aumentar a segurança no trânsito, mas para se ter eficácia neste desafio é preciso saber onde
melhor investir. É a
nossa proposição,
porque estamos
convictos que o melhor investimento, no momento, no que está previsto em regime
de execuções
especiais, queremos
assim: pontos negros,
15 milhões, pois estamos defendendo a modernização semafórica.
Com toda a
fundamentação técnica, inclusive estes dados que estamos colocando, nós estamos reduzindo o que está previsto em 180
milhões para
restauração de obras, e socorro para 160, e investindo 20 milhões em regime de execuções especiais e modernização semafórica. Estamos propondo um
investimento na ordem de 30 milhões para melhorias nos corredores de ônibus. Estamos tirando dos 150 milhões que está na construção e pavimentação
de vias públicas caracterizado na rubrica 4110.99 – diversos, e nós entendemos que é uma necessidade de investir
na melhoria dos
corredores de ônibus,
nós instrumentalizamos muito bem a nossa Emenda e eu destaco que, inicialmente, a pavimentação vem
apresentando problemas para suportar o peso do volume dos ônibus que por eles trafegam. As péssimas condições
da pavimentação em alguns trechos das faixas exclusivas para ônibus, especialmente na frente
da plataforma de algumas estações têm motivado a interrupção do tráfego de ônibus,
causando constantes congestionamentos e acidentes nas pistas laterais.
Esta é apenas uma
argumentação a qual
chamamos a atenção, ela
está na justificativa, as
demais estão nas justificativas entregues ao Ver. Airto Ferronato. Por fim, quero destacar
que nós estamos, onde estão destinados 210 milhões para o aumento de capital da Companhia Carris Porto-Alegrense, nós estamos colocando recursos tirando da Companhia Carris Porto-Alegrense e colocando na rubrica
4312.02 para o PRODESCOL, e quero sustentar, aqui, nesses cinco segundos, e peço a tolerância da Mesa de alguns segundos a mais. É para
dizer que nós queremos, no Orçamento, apenas consagrar o aspecto legal, porque a Lei nº 4.258, de 1976, ela prevê este
tipo de recurso para o PRODESCOL, que é o Programa de Desenvolvimento do Transporte Coletivo em Porto
Alegre.
Conseqüentemente, nós
estamos de acordo com
a súplica do Executivo de, com esse recurso legal, renovar a frota. Com 210
milhões jogados no PRODESCOL, de acordo com a própria Lei, nós poderemos fazer a renovação da frota,
e não utilizar apenas para aumento de capital da CARRIS, porque nós temos informações, até pela imprensa, que a CARRIS se vangloria de ter superado,
conseqüentemente eu não vejo porque se tirar constantemente dinheiro do Orçamento para aumento de capital, quando a própria Administração alardeia nos veículos de comunicação que
precisa renovar a frota. Eu acho que não é renovar pelo “plus”, que é ilegal, é renovar pelo PRODESCOL, que é legal e o instrumento está à disposição dos Srs. Vereadores.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que apregoe um Requerimento do Ver. João Dib.
O SR. 1º SECRETÁRIO: A Mesa apregoa ao
Plenário ofício do
Ver. João Dib, no qual ele comunica à Casa que, a partir desta data, deixa de exercer a Liderança da Bancada do Partido
Democrático Social,
nesta Casa Legislativa.
Ao mesmo tempo informa que
a Liderança passará a
ser exercida pelo Ver. Vicente Dutra. Esta é a comunicação formal que a Mesa fez ao Plenário.
O
SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Airto Ferronato.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, hoje nós
chegamos a esta Casa
preparados para discutir o Orçamento do Município de Porto Alegre, em primeiro lugar da Administração Direta, e eu fui colhido de surpresa por uma série de manifestações que ouvi das Lideranças. Por
isso faço apenas uma
preliminar, com duas
linhas, dizendo o seguinte: o processo é democrático quando se procura
lideranças, segundo
aquilo que se ouviu, só
que no meu entendimento
acredito que esta
tese levantada contra a Mesa, na verdade é para desviar o assunto e dizer que
os Líderes é que
tinham que participar
deste processo e,
entendo, que líderes somos todos nós.
Quanto ao Orçamento nós gostaríamos, em primeiro lugar, de falar da preocupação do Ver. Wilson Santos com
relação às suas Emendas, efetivamente bem justificadas. A Emenda que trata da sinalização,
valor de 15 milhões, eu fui de Parecer contrário apenas e tão-somente porque ela foi incluída
no Projeto, no último
momento, inclusive, depois de vencido o prazo de
entrega das Emendas.
Eu fiquei quinta, sexta, sábado, domingo e segunda-feira trabalhando
diuturnamente na análise deste Processo e estava me sentindo impedido de fazer um Parecer, em apenas um segundo, porque a Assessoria Legislativa dizia que tínhamos de apresentar a proposta e eu estava correndo, mas sabia que estava correta a
Assessoria, tinha que ser apresentada imediatamente. Então, nós entendemos o seguinte: que o Ver. Wilson Santos faça
um destaque desta Emenda, eu acredito que ela tem mérito e nós podemos votá-la.
Com relação a outra Emenda, aquela que retira os recursos de 210 milhões da
CARRIS e transfere esses recursos ao PRODESCOL, essa Emenda, tecnicamente, não podia ser aprovada, porque outras Emendas anteriores já retiravam recursos da CARRIS.
Então, a CARRIS tinha uma dotação de transferência do Município de
220 milhões, que
tinha outras Emendas
com Parecer favorável que retiravam mais de 20 milhões. Ora, se nós temos um total de
transferência de 220
milhões, e nós temos
uma Emenda que retira
15 milhões, sobram apenas 205 milhões. Portanto,
a Emenda do Ver.
Wilson Santos, que pretende retirar 210 milhões da CARRIS, deve ser
rejeitada de plano porque não há mais 210 milhões para a CARRIS, segundo a proposta apresentada e com suas Emendas.
Quanto ao Orçamento no seu todo, nós gostaríamos de fazer, inicialmente,
algumas considerações. As receitas próprias do Município correspondem a 10 bilhões e 700 milhões e as
receitas de transferências para o Município correspondem a 11 bilhões, 231
milhões, está na página
o1 do Relatório. Então, isto
significa dizer que nas receitas correntes do Município nós temos mais receitas
de transferências do
que a receita própria do Município. Desta receita, nós gostaríamos de chamar a
atenção sobre um dado.
A receita tributária
do Município de Porto Alegre é 8 bilhões e 593 milhões, ou seja, 8 bilhões e 600 milhões, aproximadamente, da
receita tributária gerada pelo Município. E nós temos, apenas de ICMS transferido do Estado para o Município, 8 bilhões e 988 milhões. Isto significa
dizer que toda a receita tributária do Município é menor do que a receita de transferência do ICMS.
Daí a importância do ICMS, da composição das finanças públicas do Município de Porto Aelgre. Apenas para
constar, nós temos que ter transferências para o Município. Então vamos ter: ICMS, 8 bilhões e 900 milhões; Fundo de Participação do
Município, que é receita da União, 1 bilhão e 300 milhões; Imposto de Renda na Fonte, 218 milhões; ISPV, 320 milhões; Sistema Único de Saúde, 332 milhões. Só uma curiosidade técnica: transferência de Imposto sobre
Propriedade Territorial Rural, o Município recebe da União Imposto de
Propriedade Territorial Rural no valor de trezentos mil cruzeiros; Transferência de Imposto sobre Comercialização de Ouro, 600
mil cruzeiros. Outro dado
interessante está no quadro nº 9: a receita tributária do Município corresponde a 8 bilhões e 593 milhões; Transferência de ICMS, como já
falamos, 8 bilhões e 988 milhões; Receita de Transferência, 2 bilhões e 854 milhões; outras transferências
mais 2 milhões e 123
milhões. O que eu gostaria
de chamar a atenção é que se somando a receita
tributária com a transferência do ICMS, temos 77% da receita total do Município. Isso significa dizer que a
receita tributária mais o ICMS corresponde a 2/3 da receita total do Município de Porto Aelgre. Com relação à
despesa, gostaríamos
de dizer que a despesa
corrente é de 19 bilhões e a despesa de capital
é de 5 bilhões. Então, temos uma transferência bastante grande entre a despesa
corrente e a de capital. Outro dado interessante é que a despesa de custeio do
Município é de 12 bilhões, 576 milhões e a despesa de capital é 4 bilhões e 375 milhões. Então, temos 1/3 de
despesa de capital comparada única e exclusivamente com o custeio da máquina pública, e se analisarmos que temos 7
bilhões de transferência para as entidades da Administração Indireta do Município, vamos ver que praticamente
toda a despesa de transferência do Município para suas instituições também é despesa
corrente para as entidades da Administração Indireta, o que significa dizer que o Município de
Porto Alegre consome
quase 90% das suas
receitas, inclusive a de transferência, no custeio da Administração Direta e da Administração Indireta. Então, a comparação é bastante grande.
Eu fiz, até porque eu entendi oportuno e
necessário, um quadro demonstrativo da despesa de pessoal. Lá na página 06 nós temos: Despesa de Pessoal, 7 bilhões e 800 milhões; Material de Consumo, 2 bilhões; Serviços de Terceiros, 2 bilhões e 600 milhões; Transferências Intragovernamentais, 2 bilhões e 684 milhões; Transferências a Pessoas, 4 bilhões e 53 milhões. Desta composição da despesa gostaríamos de colocar o seguinte: a
despesa com vencimento e vantagem fixa do funcionário, 6 bilhões e 100 milhões.
O
Sr. Wilson Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quando eu fiz o meu pronunciamento, em discussão, não tinha me apercebido dos avulsos, e como V. Exª é o Relator, eu
vejo que foi dado Parecer com aprovação, com as Mensagens Retificativas e com tais e tais Emendas, inclusive, aqui vem as de nºs 31, 33, 34, 35, 39 e 40. Só saíram as minhas quatro Emendas. E como eu fui para a tribuna e comprovei a esta Casa a
fundamentação, o trabalho de extrema profundidade e seriedade, como não vejo a justificativa eu
gostaria, depois, de dialogar com V. Exª para encontrar uma alternativa.
Porque, no meu entendimento, é um desestimulo ao Vereador, mas eu tenho consciência da dedicação e do trabalho que fazemos para colaborar com a
Administração e participar do Orçamento. E nós somos sempre assim alijados.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Nobre Vereador, quanto a isto eu não tenho nenhuma
dúvida. Eu gostaria
de chamar a atenção de V. Exª e a toda a Casa do seguinte, até pela informação que V. Exª dá. O que ocorreu foi o seguinte: fiz o Relatório, que foi concluído na
segunda-feira, e o
prazo de entrega do Relatório
seria na terça à
tarde. Procurei o Ver. Dilamar Machado e estive com ele dizendo que em
relação a uma Emenda que ele havia apresentado, tecnicamente seria impossível
de aprovação a Emenda do Ver. Dilamar Machado. Nós conversamos como ele apresentaria a Emenda e disse: desta forma é
possível. Já havia avaliado a Emenda do Ver. Dilamar Machado. Procurei o Ver. Omar Ferri, que também retirava recursos da
CARRIS, e falei,
orientei, dizendo que tecnicamente, da forma como estava, não era possível aprovar aquela Emenda, tanto é verdade que foi a
última Emenda
aprovada. Então, já havia avaliado a Emenda no seu todo. Quanto a V. Exª,
quando estive no gabinete do Ver. Dilamar Machado, ontem pela manhã, quando estive lá eu estive também no gabinete de Vossa
Excelência. V. Exª não
estava, estava fechado o gabinete até porque era meio dia, porque foi o horário que eu
cheguei e não foi possível conversar com V. Exª e por isso conversamos agora,
dizendo o seguinte: na medida em que V. Exª reduza o valor, porque nós temos agora, se não
me falha a memória, em torno de 130 milhões nesta conta, não é possível, tecnicamente, retirar 210, só para explicar
porque algumas Emendas
posteriores foram
aprovadas.
O
Sr. Wilson Santos: Correto, vejo a boa intenção de Vossa
Excelência. Só fiz esta
colocação porque me senti momentaneamente desestimulado, até porque não é só do PRODESCOL, é a dos corredores
que agora estou vendo a iniciativa louvável do Ver. Vieira da Cunha pedindo destaque para
os corredores, vou até ver se colocamos em destaque as rejeitadas, porque elas têm sobejas razões para serem aproveitadas.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Eu até havia lhe falado que, pedindo o seu destaque, eu voto favorável a ele, porque, na
verdade, como recebi no último segundo foi impossível, e eu não sabia o que queria dizer “ponto negro” e não havia
possibilidade de avaliar e achei como prudente que se deixasse a discussão para o Plenário. Eu não sabia o que queria dizer “ponto negro”.
O
Sr. Vieira da Cunha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ferronato, eu estou com uma dúvida. Quero votar favoravelmente à Emenda nº 17, de autoria de V. Exª, minha intenção é destacá-la. Trata-se do inciso III do art. 3º, que V. Exª limita a 12%, no meu entendimento
prudentemente, da receita prevista, a possibilidade de realização de operação de crédito para cobertura de déficit
com entidades
financeiras nacionais e oferecer as garantias usuais necessárias, mas V. Exª mesmo
acabou dando Parecer contrário à sua Emenda, sob alegação formal de que esta Emenda não pertenceria ao Projeto em
exame. Penso que se trata muito mais de um erro de datilografia ao colocar o número do Projeto de Lei como 49 e não 50, que estamos discutindo no
momento. Então, quero informar a V. Exª que estou destacando a Emenda nº 17 porque, apesar de um erro de datilografia no que
diz respeito ao número
do Projeto de Lei, acho que a intenção de V. Exª é uma intenção excelente, é
prudente o estabelecimento deste limite e V. Exª contará, ao menos, com o meu voto favorável para a aprovação da Emenda nº 17.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Agradeço a colocação e acho que V. Exª está
correto.
Agora, gostaria de
dizer o seguinte: na
verdade apresentei esta Emenda aos Processos nº 1956, 1955, 1957 e 1961. Então, na verdade, esta Emenda está inserida, é a Emenda nº 19. Então, nós temos a de nº 17 e a de nº 19 com o mesmo conteúdo, portanto se faz desnecessário.
O
Sr. Vieira da Cunha: A Emenda de nº 19 está com o Parecer favorável. Então, agradeço a colocação de V. Exª
e me satisfaço com a explicação.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Gostaria, então, para
encerrar esta minha exposição, apenas e antes de entrar propriamente nas Emendas, dizer o seguinte: nós estamos vendo, e gostaria de
deixar registrado para que não paire nenhuma dúvida posterior, e depois eu pretendo falar sobre todas as Emendas no que diz respeito à
composição na despesa de pessoal que tem se dito, muitas vezes, coisas equivocadas. A despesa de pessoal, página 06 do Relatório, está composta de
despesa e vantagens fixas, despesas variáveis, convênio universitário, Sistema Único de Saúde, isto está na rubrica
vencimentos e vantagens fixas. Nós temos mais: obrigações patronais, Montepio, ISSQN, FGTS, transferências a pessoas inativas e pensionistas. Esta soma é o que corresponde à despesa de pessoal do
Município de Porto Aelgre, segundo a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Orgânica do Município, e mais, conforme definição do Tribunal de Contas do Estado, diz que aquelas
despesas, logo abaixo, salário família, assistência médica, auxílio funeral,
vale-transporte,
vale-refeição, bolsas
de estudo e transferências à FESC, ao DMLU, não são despesas de pessoal da Administração Direta, não são despesas pessoais da Administração Indireta. Portanto, se nós
analisarmos esta despesa, 10 bilhões, ela chega a 44% da despesa total e
ela chega a 50,2% da
receita corrente. Ela chega a 44% da receita total, e a despesa do Município com pessoal é de 50,2% da receita corrente.
Por outro lado, se
nós analisarmos o procedimento que tem sido feito pela Administração, a Administração
soma, além desses
gastos com pessoal,
obrigação patronal, inativos e pensionistas. Isto é despesa de pessoal, vencimentos, obrigações patronais, inativos e
pensionistas as administrações têm somado, o Município, o Estado e a União outras transferências, mesmo
assim nós chegamos no cálculo da Administração. Se nós admitirmos toda despesa como de pessoal,
que está equivocada, nós temos uma despesa assim: em relação ao total, 54.70%; em relação
às despesas correntes, 62,9%. Portanto, pode se fazer os cálculos da forma que bem entender. Temos absoluta certeza que estes
cálculos não vão ser superiores a 62% da despesa em relação à receita. Outro item que eu gostaria de chamar a atenção, também, diz respeito às despesas genéricas. Temos o seguinte: no Orçamento, numa série de páginas Serviços
de Terceiros –
Diversos, um bilhão; Material de Consumo – Diversos, 185 milhões.
O
SR. PRESIDENTE: Seu tempo está esgotado, Vereador. O Ver. Adroaldo
Corrêa cede o seu tempo a Vossa Excelência. V. Exª tem mais dez minutos.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Nós temos no Orçamento, em síntese: Serviços de Terceiros, 1 milhão; Material de Consumo, 1 bilhão; outros Serviços de Terceiros, 999 milhões; Obras, 878 bilhões. Todas elas sobre a
rubrica Diversos. E
faço um alerta: é
muito difícil avaliarmos um Orçamento quando nós temos todos estes itens classificados sob o título “Diversos”. Na verdade isso inviabiliza o processo.
Gostaria de passar a relatar, a expor sobre as Emendas, e acho que aqui está o ponto
interessante do nosso debate. Rejeitei a Emenda nº 01, de minha autoria, que limita a abertura de
créditos em 5% do total
da receita autorizada
e fui favorável, no Parecer, à Emenda nº 07, da Bancada do PDS, que limita em até 5% de cada uma das dotações.
Então, na verdade, a
única diferença que nós
temos é a seguinte:
enquanto a Emenda nº
01 limita em 5% do
total da receita, a Emenda do PDS limita em 5% para cada
uma das dotações. Há um rigor muito maior na Emenda nº 05. Todavia, eu fiz isso, eu fui com o Parecer desta posição,
porque fui favorável também à Emenda nº 06. E eu gostaria, aqui, da atenção da Bancada do PDS, até porque vou me
dirigir quanto à sua Emenda. A Emenda nº 06 diz o seguinte: serão corrigidos pela UROMPA os valores originais
das dotações orçamentárias. Com esta Emenda deixamos de corrigir os saldos e passamos a corrigir a dotação
original. E, indiscutivelmente, este valor origina uma importância bem superior ao valor do Orçamento. Eu gostaria de chamar a
atenção dos Srs. Vereadores, porque na verdade poucos Vereadores estão me ouvindo.
Quero dizer o seguinte: contra a Emenda do PDS nós estamos autorizando um gasto, extraordinariamente, uma dotação maior, porque se corrigindo pelo saldo de cada mês o saldo
vai se tornando menor pelo consumo e, em função disso, o valor para o mês seguinte também é menor. Corrigindo-se pelo valor original, segundo a proposta do PDS, nós
temos sempre o mesmo valor a corrigir, que é o valor original. Então, qual foi a minha posição?
Aprovamos a Emenda
que aumenta o valor maior da dotação e aprovamos a Emenda com 5%, que limita muito mais do que aquela de 2%
que apresentei e de
2,5% apresentada pelo
Ver. Omar Ferri. Por quê? Porque ela limita cada dotação. Ocorre que estive, ontem, reunido com o Secretário da Fazenda do Município de Porto Alegre e nós tivemos uma longa
discussão e eu entendi que a sua posição é correta. Qual a posição do Secretário da Fazenda, através da nossa discussão? Qual a minha tese? A
minha tese era de que com esta autorização no saldo nós teríamos possibilidade de maior
controle. O que
passamos a entender? Se
aprovarmos a Emenda nº 06, nós estamos dizendo que aquelas Secretarias que consomem todos os seus recursos primeiro, ganham muito mais. Com essa Emenda nº 06, Ver. Leão de Medeiros e Ver. João Dib, nós estaremos
incentivando um gasto imediato. Por quê? Porque ele não estaria mais preocupado
com a correção do saldo.
Ele vai estar preocupado em consumir porque a base de correção é sempre a mesma. Nós entendemos que com isso
estamos incentivando uma aceleração de gastos, porque quanto mais dinheiro se gastar, mais dinheiro vai ter aquele órgão. Por isso estamos
refazendo a nossa posição em relação à Emenda nº 06 e, uma vez refeita essa posição, eu entendo que é de se fazer
uma avaliação também com relação à Emenda nº 07, também de autoria da Bancada do PDS, que fui
favorável. Uma vez rejeitando a Emenda nº 06, nós deveremos rejeitar a Emenda nº 07, porque, na verdade, não vai haver folga nenhuma. Então, nós deveríamos, na minha avaliação, e peço estudos da Bancada do
PDS, nós deveríamos manter os 5% sobre
a dotação total. Porque, se nós mantivermos 5% sobre cada dotação, nós amarramos demasiadamente o Orçamento.
Gostaria, também, de fazer uma avaliação sobre uma série de outras Emendas. A Emenda do Ver. João Dib, que também foi rejeitada, que pretendia retirar todos os
recursos da CARRIS, pelo mesmo motivo da Emenda apresentada pelo Ver. Wilson Santos. Nós temos mais Emendas aprovadas que transferem recursos: do Ver. Leão de Medeiros, que transferem recursos para operação do Sistema Viário, com Parecer aprovado; do Ver. Cyro Martini, com Parecer
aprovado que transfere recursos para a
Educação de Trânsito e Segurança de Tráfego Urbano; uma Emenda do Ver. Dilamar Machado, também com Parecer aprovado, transfere recursos para o
Carnaval; uma Emenda de minha autoria diz que as
despesas com publicidade, 10%, devem ser aplicadas em campanha educativa de
controle da natalidade;
outra Emenda de minha autoria que diz que 5%
das despesas de publicidade da SMED devem ser aplicadas na divulgação dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Nós temos uma série de Emendas, de minha autoria, que tira
recursos de uma série de itens de despesas diversas, pessoal e transfere recursos para o DEP, porque
eu entendo necessário e oportuno tirar recursos dos Serviços de Terceiros, que tem quase três bilhões de cruzeiros em recursos para pagamento de Serviços de Terceiros e transferir para um
dos pontos mais cruciais da Cidade de Porto Alegre, que são os freqüentes alagamentos. E, assim, basicamente
nós temos 41 Emendas,
algumas delas nós
entendemos que devem ser destacadas para que se possa analisar e discutir, com
detalhe, todas as Emendas.
O
SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito, Ver. Mano José, cede o seu tempo ao Ver. Airto Ferronato.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Agradeço. Hoje, pela manhã, no primeiro momento, nós votamos o Orçamento da Administração Direta; à
tarde vamos votar o Orçamento do DMAE, DEMLU, FESC, e entendemos que deve haver uma uniformidade, uma preocupação de avaliar
todas as Emendas para
que não fizéssemos o seguinte: aprovarmos de uma forma o Orçamento da Administração Direta e de
outra forma o da Administração Indireta. Existem Pareceres contrários com relação a essa Emenda, que já falamos, e eu gostaria
de falar porque acho que é a última que tem parecer contrário, é uma Emenda do Ver. Cyro Martini, ele propõe que se retire da
Lei de Orçamento a
indexação e eu disse o seguinte: se for retirada a indexação, o Orçamento, na verdade, deixa de existir,
porque o Orçamento
apresentado neste
momento não está com a inflação estimada, ele está com os valores de agosto. Se
nós tirarmos o item de indexação, esse Orçamento não tem nenhuma função porque ele fica extremamente sub-avaliado. Se não existe na Lei a possibilidade de indexação,
fatalmente os valores do Orçamento estariam acrescidos em torno de 300%, no mínimo. Esta é a minha colocação a
respeito desta Emenda.
O Sr. Adroaldo Corrêa: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Ferronato, este é um detalhe que eu gostaria que V. Exª
precisasse um pouco mais: como o Orçamento não está projetado com uma inflação que se
estimaria, mas sim com uma variação possível, através de uma fixação de uma forma de
fazê-lo variar, permanentemente, que é a Unidade de Referência, no Orçamento do DMAE – não sei se V. Exª
chegou a examiná-lo
com esta perspectiva,
a Emenda do Ver. Vieira da Cunha, que é um dos
que apresenta a possibilidade da exclusão da Unidade de Referência, talvez entre
nesta situação que V. Exª colocou, embora o DMAE tenha receita direta. V. Exª
poderia se deter neste aspecto, mais um pouco?
O SR. AIRTO FERRONATO: Sim. Então, para finalizar, vou dizer o seguinte: sempre a
proposta orçamentária foi encaminhada com uma inflação projetada para o exercício
subseqüente. Isto
implica que o Orçamento
que chegava à Câmara já chegava corrigido. Com a inclusão da UROMPA, o
Orçamento, hoje, chega com valores de agosto. Ora, se nós retiramos esta
possibilidade de correção monetária, evidentemente este Orçamento já está desatualizado,
inclusive para hoje, antes de ser iniciado, em quase 50%, porque a inflação de agosto até hoje chegou a
quase isto. Foi por este motivo que eu fui de Parecer contrário à Emenda do Ver. Cyro Martini. Gostaria
de dizer, também, que as Emendas apresentadas, no meu
entendimento, elas demonstraram o interesse da Câmara de Vereadores na proposta orçamentária e
demonstraram, ainda, que a Administração Municipal a partir de agora, nós entendemos deva ter cuidado, controle, acompanhamento do Orçamento, porque a Câmara de Vereadores estará sempre atenta à sua execução. Como algumas Emendas, que serão estudadas em destaque e com
mérito, vou votar favoravelmente ao destaque e contrário ao meu Parecer, entendemos que é
possível aprovar este Relatório que estou apresentando. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Ver. Edi Morelli. Desiste. Ver.
Adroaldo Corrêa, cedeu o
seu tempo. Ver. Décio
Schauren. Desiste. Ver. João Verle. Ausente. Ver. Ervino Besson. Desiste. O Ver. Artur Zanella está com a palavra.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, vem pela
primeira vez a esta Casa um Orçamento indexado e, em função disso, ele é diferente dos
outros, e por isso a análise
feita pelo Ver. Ferronato foi mais cuidadosa. Fico feliz, e chamo a atenção do Ver. Dilamar Machado,
Vereadores Líderes do
PT e demais Partidos
da Casa, que fico satisfeito porque esses embates e discussões sobre a Mesa não estão influenciando a votação
de outros projetos,
pois revela a maturidade da Casa. Uma coisa é a Mesa, outra coisa é os projetos, e por isso creio nesta análise, feita como está
sendo feita, tecnicamente, com Parecer brilhante do Ver. Ferronato. Eu só lembro as Lideranças desta Casa, principalmente das Bancadas maiores, que existem algumas questões que são polêmicas, como a questão
das Suplementações que o Poder
Executivo propõe 25%;
outra propõe 5%; outro
2%; outro 12%. Eu acho que as Lideranças devem ter um
entendimento sobre de
que forma isto deverá ser feito.
Também, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, eu creio
que as Lideranças
devem discutir o assunto CARRIS. Parece-me claro que a transferência de recursos para a CARRIS para aumento de capital,
deve ser discutido em outra oportunidade e não nesta. E os recursos, existem diversas Emendas, cada um encaminhando estes recursos para um outro lado. Eu acho que
as Lideranças
deveriam, principalmente dos partidos maiores, deveriam fazer um acordo, ou encontrar-se, ao menos, para ver para onde estes recursos serão
destinados.
E, finalmente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, lendo o Orçamento, e gostaria que o Sr. Presidente prestasse atenção
nisto, eu vejo uma verba que fala no Hospital de Pronto Socorro, fala num convênio assinado com
o Ministério da Saúde e com recursos para o Pronto Socorro. Este convênio, Sr. Presidente, ao que eu sei, não
foi aprovado por esta Casa. No Orçamento é citado o número de uma lei. Eu procurei esta lei e esta lei fala no recebimento dos recursos que a Secretaria
vai receber. Mas este convênio não foi aprovado por esta Casa. E pelo que eu sei há um
entendimento do Poder
Executivo que desde que foi aprovado o recebimento dos recursos, ipsu facto, o convênio estaria aprovado, o
que não é verdade, não é legal. Pela Lei Orgânica todos os convênios devem passar a serem apreciados por esta Casa. O
convênio, não o valor. E, finalmente, Sr. Presidente, eu só procurei me
enfronhar melhor, porque
tecnicamente está correto, mas tenho uma Emenda que fala sobre os recursos royalties, sobre
exploração de petróleo. Eu confesso a minha ignorância, não sei como Porto
Alegre vai receber
recursos sobre petróleo, que não existe na Cidade. Mas me informei com o Ver. Ferronato as origens
destes recursos por
esses poços de petróleo que, infelizmente, não se encontram em Porto Alegre. E, então, apelando ao desarmamento
dos espíritos quanto ao Orçamento, não sobre a Mesa, porque as duas coisas não são ligadas
umbilicalmente, eu queria elogiar o profissionalismo com que o assunto está sendo
tratado, nesta manhã.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann): Com
a palavra o Ver. Cyro Martini.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, há muitos pontos dentro do Orçamento da Administração Direta do Município que merecem reparos,
alterações, no nosso entendimento e, como de resto, no entendimento de muitos Vereadores aqui desta Casa. Há dois pontos que eu entendo já deveriam vir contemplados do Executivo: um de modo claro e outro um pouco mais aquinhoado,
mais lembrado. Com
relação à educação para o trânsito, é uma batalha pela
qual eu luto há muitos anos. Entendo ser minha obrigação, nesta Casa, lembrar que a
educação para o trânsito
também deve receber dotação orçamentária no Projeto do Orçamento para o ano vindouro, como de
resto para todos os anos. A matéria versa sobre uma problemática que sem
dúvida é angustiante ou exasperante. Não estamos tratando de problema supérfluo ou problema de menor
importância, nós estamos
tratando, aí, quando
falamos em tráfego,
quando falamos em trânsito, quando falamos em vias urbanas, falamos nos
acidentes de trânsito e na infortunística viária, e a importância viária é, hoje, o reduto de uma das causas mais
sérias de morte. Por
que não, então, lembrá-la? Por isso lutamos nesse sentido.
A
nossa Emenda nº
10 coloca, ali, uma importância e um valor que
reputo muito distante
daquele necessário para se desenvolver a educação para o trânsito, não no âmbito das escolas, porque esta a SMED tem
que desenvolver normalmente, até porque estamos sempre pleiteando a inclusão, a
inserção da educação para o trânsito nos currículos escolares, mas essa é a educação para o
trânsito informal, aquela que deve ser conduzida para toda a população através dos veículos de
comunicação social,
especialmente, mas não exclusivamente. Também há outros meios, outros caminhos para se
desenvolver a educação
para o trânsito. Eu enfatizo, quando se fala em trânsito não se está falando em
coisa de menor importância, então vamos acompanhar a aprovação por parte do Relator.
Mas há outra parte que entendo, pelo que tenho observado, merecer uma atenção
especial por parte do
Município: o serviço de vigilância, o
serviço de guarda do Município. Eu o julgo de capital importância não só na guarda, na
vigilância, no cuidado com relação aos próprios do Município, aos estabelecimentos, aos parques, aos jardins, às escolas, que são um problema seríssimo, o que as escolas têm enfrentado em matéria
de segurança, de arrombamentos, de assaltos, atentados, é uma coisa impressionante. Se
o Município tem a oportunidade de dar para as suas escolas mais tranqüilidade porque não aproveitar,
é uma obrigação, é um dever e tem que desenvolver, neste sentido. Então, por isso entendo dever a guarda ser mais bem lembrada
no Orçamento. Acho
que a guarda – há diversas – da Administração Direta, a vigilância do Município deveria ser uma e
não mais de uma, como acontece, até para atender as finalidades da guarda. A guarda precisa de mais recursos humanos,
materiais, precisa de locais mais condizentes para o desenvolvimento de suas atividades, precisa
de uma estruturação mais adequada às suas finalidades. É um capítulo da Administração Municipal que merece atenção especial. A guarda tem seu
papel reservado que ainda sequer foi cogitado, em termos de Administração Municipal. A Emenda nº 20 recebeu a reprovação do Relator, porque
dentre os itens nós colocamos o item locação de veículos, mas isto foi colocado porque é a prática da Prefeitura
há muitos anos. Por isso entendo que esta Emenda deveria ter sido mais bem enfocada pela relatoria.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Com relação a esta Emenda, evidentemente me coloquei
contrário a ela em
função da locação de veículos, 2 milhões e 400 mil, porque, na verdade, aos demais itens eu me coloquei favorável. Agora, como era uma Emenda única, era impossível aprová-la em aparte. Agora, o que nós devemos fazer é sentarmos, conversarmos e avaliar quais
são os argumentos de V. Exª, para que seja incluído: os uniformes, locações de veículos, mobiliários,
etc. Se eu entender correto, voto com Vossa
Excelência. Apenas é uma posição pessoal até
em função da justificativa de Vossa Excelência. A justificativa estava assim da tribuna, e na verdade não foi
feita esta justificativa previamente, quando nós chegamos para relatar não tínhamos mais como
entrar em contato com Vossa Excelência. Conversamos, nós ficamos abertos ao diálogo.
O SR. CYRO MARTINI: Agradeço o aparte de V. Exª, mas
como eu entendo que são
duas questões sobre as quais nós temos plena clareza, pleno conhecimento, eu
entendi que apenas da tribuna eu faria manifestação à minha argumentação, porque entendi que eram questões cuja clareza é
pacífica para nós todos: a educação de trânsito e a guarda municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebeu inscrição para
continuação da discussão
do processo do Orçamento, mas havia combinado com o Presidente da Casa que
nós suspenderíamos esta Sessão ao meio-dia para o almoço, voltaríamos às 14 horas para a continuação dos trabalhos.
O
SR. VIEIRA DA CUNHA: Eu
peço a palavra, Sr. Presidente, porque nós temos, hoje, uma pauta cheia. Além do Orçamento da Centralizada, nós temos três Autarquias para discutir, para aprovar e ainda temos
a da Fundação, da FESC. Eu me insurjo, respeitosamente, contra essa opinião da Mesa e
peço que submeta ao Plenário a suspensão dos trabalhos, e desde já me manifesto pela continuidade
dos trabalhos, a
fim de que nós possamos pelo menos votar o Orçamento da Centralizada ainda agora
pela manhã. É o meu
Requerimento que peço
seja submetido ao Plenário.
O
SR. PRESIDENTE: A
Mesa recebe o Requerimento do Ver. Vieira da Cunha e cede a Presidência dos
trabalhos ao Presidente
efetivo da Casa, Ver. Valdir Fraga.
O SR. PRESIDENTE (Valdir Fraga): Eu gostaria que o Ver. Vieira da
Cunha repetisse o seu Requerimento, porque não ouvi na íntegra.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Não, Sr. Presidente, na verdade
não se trata de um Requerimento. Apenas a Mesa manifestou desejo de suspender os trabalhos ao meio-dia e eu me insurgi, na medida
em que temos uma pauta muito pesada, e expus o argumento de que pelo
menos o Orçamento da
Administração Centralizada seja votado ainda pela manhã. Na verdade não se
trata de um Requerimento, apenas uma manifestação de contrariedade à idéia de suspensão dos
trabalhos neste momento.
O SR. ADROALDO CORRÊA: Sr. Presidente, como membro da
Mesa e junto à minha
Bancada, por essa posição de encaminhamento que a Mesa tinha adotado, nós assumimos alguns compromissos ainda para esta forma de encaminhamento. Nós,
a Bancada do PT,
objetivamente tínhamos condições de fazer e estamos aqui para fazer a votação, só que com a perspectiva até unânime dentro da
Mesa, dos que foram
consultados,
entendemos que havia acordo também das demais Bancadas para este encaminhamento da Mesa, que era pacífico, era um encaminhamento de
continuidade dos trabalhos a posteriori do horário do almoço, que é razoável numa situação em
que nós vamos passar hoje completamente envolvidos com a questão do Orçamento. Não prevíamos antes a
discussão inicial dos tempos de Liderança, até por isso nós queríamos resguardar um pouco o encaminhamento da Mesa como um encaminhamento que obteve a unanimidade dos seus Pares.
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, Vieira da Cunha
e Adroaldo Corrêa,
nós estamos com alguns Vereadores inscritos ainda para a discussão. Até quinze
minutos antes do meio-dia
já tivemos condições
de encerrar, tendo em
vista as inscrições que havia. Aí, inscreveu-se o Ver. Artur Zanella, que deve ter
saído, e logo após,
então, surgiram as inscrições dos Vereadores José Valdir, João Dib e João
Verle. Então, nós teríamos ainda mais 30
minutos de trabalho e a idéia da Mesa era de encerrar ao meio-dia e voltar às 14 horas, mas é claro que
Requerimento de Vereador a Mesa tem que colocar em votação.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente, eu insisto que não é um Requerimento, é uma
manifestação de contrariedade, para que a Mesa, de ofício, revise a sua
posição.
O SR. PRESIDENTE: Pois a Mesa respeita a opinião
de cada um dos Vereadores e para não ser radical, só tem uma saída: colocar em votação para que o Plenário decida,
porque não temos nenhum outro compromisso que não seja com a Câmara. Mas, damos
continuidade às discussões.
O Sr. Adroaldo Corrêa: Sr. Presidente, se o Ver. Vieira
da Cunha não entendeu como um Requerimento a ser mantido, não seria o caso de a Mesa
confirmar a sua posição? O Vereador não pediu que o Plenário se manifestasse sobre uma proposta de encaminhamento que era
consensual na Mesa e entendemos que talvez fosse possível, ainda que
informalmente, consultar o Plenário sobre a questão de encaminhamento dos
trabalhos, o que
acredito pudesse preservar
o interesse da maioria do Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Com prazer vamos ouvir o novo
Líder do PDS em sua primeira manifestação como tal. Que V. Exª tenha todo o
êxito possível.
O SR. VICENTE DUTRA: A Bancada do PDS se manifesta
pela suspensão dos trabalhos, por uma questão prática, porque a Bancada do PDT
quer conversar sobre o encaminhamento de algumas Emendas, a Bancada do PT também, e nós gostaríamos de
conversar sobre questões que vão ser discutidas depois e aprovadas. Então, eu acho que a interrupção é extremamente importante para o bom andamento
dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Dilamar Machado.
O SR. DILAMAR MACHADO: Ao cumprimentar o novo Líder do
PDS peço-lhe, desde
logo, que não fale em nome do PDT. A Bancada do PDT encaminha favoravelmente à seqüência dos trabalhos, toda a matéria está discutida
pela Bancada, pronta para votar e, como há uma dúvida, requeiro que seja submetida ao Plenário a continuação dos
trabalhos, encaminhando favoravelmente a que aqui permaneçamos trabalhando.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, diria que jamais votaria contra uma proposição de prosseguimento
dos trabalhos. Então
vou votar a favor do prosseguimento até que se termine.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda
à chamada nominal dos Srs.
Vereadores para que possamos votar a interrupção ou não dos trabalhos para o almoço.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Procede à chamada e coleta os votos.) Sr. Presidente, 13 Srs. Vereadores votaram SIM e 14
votaram NÃO.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella,
Cyro Martini, Dilamar Machado, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Letícia Arruda, Luiz Machado,
Nelson Castan, Vicente Dutra, Wilson Santos, Wilton Araújoe João Bosco. Votaram NÃO os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio Koutzii, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Mano José,
Omar Ferri, Vicente Dutra, João Verle e Adroaldo Corrêa.)
O SR. PRESIDENTE: Estamos suspendendo os
trabalhos, neste momento, e convocando os Srs. Vereadores para as 14 horas dar continuidade à
Sessão, uma vez que o
Requerimento foi REJEITADO.
(Suspendem-se
os trabalhos às 12h08min.)
O SR. PRESIDENTE (às
14h15min): Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada
para verificação de
“quorum”.
O SR. 1º SECRETÁRIO: Sr.
Presidente, 21
Srs. Vereadores responderam
à chamada. Há “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa um Requerimento de
autoria do Ver. Wilson Santos, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Declaramos empossada a Verª Manira Buaes. V. Exª fará parte da Comissão de Educação e
Cultura.
Dando continuidade aos
trabalhos, estamos na Discussão
Geral e Votação do
Processo nº 1956 e o
próximo Vereador inscrito é o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, embora eu não seja expert no assunto do Orçamento, neste fim-de-semana esforcei-me e estudei o Orçamento tentando compensar inspiração com transpiração.
Venho a esta tribuna salientar
dois aspectos que me parecem importantes na questão da discussão do Orçamento. Em primeiro lugar, já foi até
salientado, aqui,
esse Orçamento traz
um aspecto novo que certamente o nosso Ver. João Verle vai
desenvolver, que é a
questão da indexação, uma tentativa de transformar o Orçamento num instrumento cada vez mais
próximo da realidade. Este aspecto novo me parece de fundamental importância. O
outro aspecto que queria salientar é que constatei, nos estudos que fiz, principalmente para quem vem do movimento comunitário, como eu, é da maior importância, é que os departamentos, os órgãos e as secretarias, que são aquelas que se dedicam
a executar serviços na Cidade tiveram, neste Orçamento, um substancial aumento na
dotação de recursos.
Eu
me dei o trabalho de fazer um estudo baseado no Orçamento e constatei, por exemplo, que o DEP, que tem sob sua
responsabilidade resolver problemas estruturais desta Cidade, teve um
substancial aumento na destinação de recursos, pois de 1989 para 1991, pelos meus cálculos, recebeu um incremento de 121%,
pois em 1989 tinha 1,4% do Orçamento e passou agora, para 3,1%. A SMOV a mesma coisa, teve um incremento de mais de 95%. Os transportes, o meio ambiente, a Secretaria de Educação, por
força até do dispositivo legal aprovado nesta Casa, que lhe destina 30% dos
recursos oriundos dos impostos, a saúde também teve um incremento de cerca de 18,6%. Enquanto
estas Secretarias fins
tiveram um incremento na dotação de recursos, as outras, consideradas em seu conjunto, tiveram uma
diminuição. Saliento que este segundo aspecto é de maior importância, já que além das constantes reivindicações do
movimento comunitário e da população em geral, temos na Cidade de Porto Alegre que resolver problemas que são
estruturais e históricos como os que assistimos, por exemplo, quando se
verifica qualquer chuva mais forte em Porto Alegre, que é problema de enchentes
na Zona Norte. Por
isso, saliento estes dois avanços do Orçamento. Quanto ao rol de Emendas apresentadas por esta Casa,
nós, no momento do encaminhamento de votação, vamos apresentar a nossa posição. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. João Verle.
O SR. JOÃO VERLE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, todos aqui sabem que ocupo a Secretaria Municipal da Fazenda e hoje estou participando da
votação, desta discussão com a intenção de contribuir com o debate. Não tenho nenhuma
dúvida de que a discussão fere, aqui, sobre o Orçamento da Administração Centralizada, das Autarquias do Município,
se dá o entendimento de que a Câmara e o Executivo são independentes e
solidários na administração do Poder Público Municipal.
Portanto, estamos todos unidos
na melhor das intenções no sentido de que a população de Porto Alegre tenha
melhores e mais serviços, considerando as escassas possibilidades de recursos. No ano em curso já houve uma
sensível melhora na
receita do Município, em grande parte resultado da reforma tributária que foi
aprovada por esta Casa,
no ano passado, e que enseja, como eu disse, uma melhora na qualidade e na
quantidade dos
serviços prestados à população. Houve, também, na elaboração do presente Orçamento, um sensível avanço na melhora em função
da experiência da equipe durante o primeiro ano de execução da peça que nos foi
legada pelo Governo anterior. Mas, como todos sabemos, essa questão, embora
muito importante, se reveste de aspectos técnicos que a maioria dos Senhores não tem porque entender, entrar
nos seus detalhes e nas suas minúcias. Por isso nós gostaríamos de fazer alguns
comentários
abrangentes sobre a principal inovação que contém este Orçamento que é a sua indexação. O que
acontece no Brasil, e
de resto em todas as economias inflacionárias, é que o Orçamento acaba se tornando uma peça de ficção, porque ao ser elaborado embute
uma previsão inflacionária que só por milagre será observada rigorosamente. Porque é impossível, nas
vicissitudes da política econômica do País, prever qual vai ser a inflação do mês seguinte, quanto menos para o ano seguinte. Isto é
o que sempre se fez e se faz, ainda, na maioria das esferas públicas do País. Estimar uma inflação, projetar a receita, estimar a despesa em base a esta inflação e
pedir ainda uma autorização à Câmara para suplementar em 25%, em média, que é o que
acontece. O que é que fez o atual Governo em relação a isto? Resolveu fazer um esforço para que o Orçamento seja mais representativo da realidade do
Município. Estimou toda a despesa em valores do mês de agosto do ano em curso, projetou uma inflação e
propôs a criação de uma unidade que mensalmente venha
corrigir as dotações
pela variação da receita ou da inflação, o que for menor. Explico por que esta
alternativa: se a inflação for 10% e a receita crescer 15%, se corrige pela inflação e sobra 5%. É bem possível,
embora não se possa medir a probabilidade, que haja um crescimento real da receita no próximo
exercício. Se a recessão não for muito forte, isto é possível. Se a recessão, como se anuncia,
assumir posições catastróficas, então não se sabe o que vai acontecer com o poder público brasileiro, desde o Governo Federal,
passando pelos Estados e a grande maioria dos Municípios. Se houver um excesso de receita em relação à inflação, o que se fará, evidentemente, é reduzir o
déficit. Há um déficit previsto no Orçamento de cerca de 10%. Um excesso de receita se prestará para a redução
deste déficit na medida em que não se corrigem as dotações pelo crescimento da
receita, e sim, pela inflação, se ela for menor. Se a inflação
for maior que a receita,
se corrige pela receita. O
que não é possível, portanto, inflar a despesa, criar condições para gastar sem ter recursos para cobrir estes gastos e,
conseqüentemente, aumentar em muito o déficit, coisa que não interessa para o
Poder Público Municipal.
Então,
o Governo propôs a criação da Unidade de Referência Orçamentária do Município de Porto Alegre para estabelecer esta
correção. Se o Orçamento, na sua elaboração, não contém nenhuma projeção inflacionária, ele precisa ter
um mecanismo que corrija mensalmente as dotações para acompanhar a
revolução dos preços.
Esta é a grande novidade e não é; no caso do Brasil, inédito. O Município de Goiânia, que eu saiba, não sei se existem outros, tem a Unidade de Referência Orçamentária, tal como proposta
aqui, neste ano de 1990, e tem funcionado bastante bem. Foi lá que a Administração
Popular buscou inspiração
para propor a introdução deste indexador. Ele efetivamente causou na Casa uma
certa preocupação,
como, aliás, é previsível, sempre que se
propõem inovações.
Apareceu um grande número de Emendas em relação a esta proposta. Vou tentar resumir e
me posicionar em relação a cada uma delas. A mais simples é a de nº 38 e, sempre que eu me
referir aqui a Emendas, estou me referindo a Emendas do Orçamento da Administração Centralizada. Há, na quase totalidade dos casos,
a correspondente Emenda
aos Orçamentos das
Autarquias. A Emenda nº 38, do Ver. Cyro Martini,
pura e simplesmente
propõe a extinção da UROMPA, ou seja, sugere a extinção do art. 5º, que propõe a criação da UROMPA. Isto, não é necessário dizer, remeteria a um problema muito
sério, na medida em
que haja na Lei de Diretrizes Orçamentárias, foi aprovada a idéia, evidentemente que não
imperativa, mas condicional, de se indexar o Orçamento. Se ele não for indexado, e
elaborado em valores reais, sem nenhuma previsão inflacionária, evidentemente que esta Casa será
bombardeada de pedidos de
suplementação, já no início do ano, e isto iria causar, eu penso, transtorno desnecessário, na medida em que os outros
assuntos importantes devem ser estudados.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann se
inscreve e cede o seu
tempo a Vossa Excelência. São dez minutos.
O SR. JOÃO VERLE: Muito obrigado, Ver. Lauro. Como eu dizia, a
extinção da UROMPA iria prejudicar totalmente esta intenção do Executivo Municipal. Qual foi? Vou repetir: como os Orçamentos são elaborados com a previsão
inflacionária, têm, ainda, autorização para serem suplementados em mais 1/4 deste valor durante a
execução orçamentária,
o Executivo pode freqüentemente desfigurar e distorcer o Orçamento. Por quê? Porque esses recursos podem ser distribuídos segundo necessidades e
dotações das mais variadas. Isso configura, primeiro, a fixação orçamentária; segundo, um descompromisso do Poder Executivo de elaborar um Orçamento mais realista, porque o Orçamento, todos nós sabemos, é ou deve ser a materialização
anual de um plano de governo e este tem que ter metas, objetivos e diretrizes que precisam ser seguidas. Se ao sabor dos
acontecimentos, durante o exercício financeiro o Executivo Municipal vai modificar o Orçamento, ele deixa de ter esta
finalidade se tornando uma peça quase decorativa, e todas as discussões que se fazem em cima dele
são estéreis, que não ajudam, não contribuem para que o Município seja mais bem administrado. Por isso o esforço
que fazemos, que é no sentido de tornar este Orçamento uma peça real que,
efetivamente, apresente uma proposta de governo e seja seguida. Ela tem, portanto, um aspecto
que é inverso daquele que provavelmente alguns tenham entendido, ou seja, não é
um cheque em branco
para o Executivo, se
não alguma coisa que vai amarrar o Executivo, que vai disciplinar para que ele possa seguir, e sempre que alguma modificação
maior, mais significativa tiver que ser feita, esta Câmara terá que ser ouvida e se
manifestar. É um aspecto que me parece justificar, de longe, a introdução desse indexador. Logo, somos, e não poderia ser diferente, contra esta Emenda que visa extinguir a UROMPA. Ela tem,
também, Parecer contrário do Relator. Outras Emendas visam reduzir o percentual proposto pelo Executivo
para suplementar as dotações. O Executivo propõe os 25% tradicionais. Eu admito, com toda a tranqüilidade, que os 25% são excessivos. Este foi, provavelmente, um descuido. Quero deixar
bem claro que o Orçamento não foi elaborado na Secretaria da Fazenda, mas
teve a nossa participação,
a participação dos técnicos da Fazenda e assumimos esta falha. Vinte e
cinco por cento são excessivos, não há nenhuma dúvida. Não precisamos ter um
percentual diferente porque tem uma Emenda que propõe que possamos ter um percentual que não seja os 25%. Este é o primeiro Orçamento elaborado pela nossa
Administração, aqui
em Porto Alegre, e,
se for assim elaborado, como eu estava colocando, poderá conter imprecisões, equívocos,
erros, o que mais queira dizer. Então, é preciso uma flexibilidade.
Então, Srs. Vereadores, é preciso que esta pequena
margem exista para corrigir estas distorções. Há uma outra razão, também, porque os preços não variam
todos uniformemente. Então nós temos dotações, por exemplo, para medicamentos
no HPS, e para alimentação na SMED, ou no próprio HPS. Os alimentos têm uma forma de comportamento de variação de preços, os medicamentos têm outra diferente que cresce muito mais. Em outro momento pode ser
diferente, é preciso
que haja, como eu já disse, esta pequena flexibilidade. Então, a proposta de 15% na Emenda do Ver. Adroaldo Corrêa nos
parece a mais conveniente. No entanto, eu penso que é aceitável, que é possível apostar em que margem de erro na
elaboração do Orçamento
não seja muito grande, embora seja a primeira vez que se faça, é aceitável a Emenda do Ver. Airto Ferronato que coloca um limite de 5% de
variação, baixar, portanto, de 2% para 5%. Eu digo que a nossa Bancada estaria disposta a
votar nesta proposta, contra àquela que dava a margem um pouco maior para o Executivo. Eu penso que 15%
também é excessivo e
me fixei, como já disse, em 10%, 8,5%. Aceitamos, portanto, a idéia de que 5% seja um percentual bom. Esta é a Emenda nº 01, do Ver. Airto Ferronato, que não teve dele o mesmo
Parecer favorável. Há,
também, uma Emenda
do Ver. Omar Ferri, com
2,5%, outra do próprio Ferronato, com 2%. Nós nos posicionamos é pela Emenda nº 01, onde é fixado em 5% o
percentual.
Agora
comentamos sobre
outras Emendas, a do
Ver. João Dib, que coloca a variação da receita pelo duodécimo atualizado, é uma Emenda pouco mais técnica, tem um pouco mais de
dificuldade de compreensão. Eu queria dizer o seguinte, nesta Emenda: se tomarmos mensalmente o duodécimo da receita
correspondente e
fizermos a correção, evidentemente sobre ele incidirá, para atualizar, a inflação. Aí a comparação do
duodécimo com a
receita ficará prejudicada na medida em que a inflação já foi colocada no
duodécimo corrigido e não
haverá, portanto, salvo que a receita cresça, um percentual para aumentar a
despesa. Logo, esta Emenda inviabiliza, na prática, a UROMPA, porque fixa a
possibilidade de correção da atualização da despesa pelo aumento real da
despesa somente. E
como o Orçamento foi
feito, ele tem que ser corrigido pela inflação ou pelo crescimento nominal e
não real da receita, por isso esta Emenda de nº 04 é uma Emenda que inviabiliza, na prática, a UROMPA, a idéia da indexação e da despesa
pela variação dos preços e da receita. Por isso a minha posição pessoal e da Bancada é contrária a esta Emenda.
A
Emenda de nº 06, também do Ver. João Dib,
estabelece que a correção da dotação original seja feita não pelo saldo da dotação, mas pelo montante, pelo global, pelo total da
dotação inicial. Então,
esta distorce muito, porque mês a mês a correção é feita pela dotação inicial, como esta questão
da dotação global ser corrigida todos os meses, nós vamos ter uma situação que, eu penso, talvez tenha havido um equivoco
do Vereador e da sua assessoria na elaboração, ou quem
sabe um defeito de redação, porque ela iria aumentar imensamente as
dotações e aí, então, a Câmara ia perder qualquer
possibilidade de controle. Então ela faz um inverso daquela, não dá nenhuma
correção, ela dá praticamente toda a correção, porque sempre que crescerem os preços e a receita, a dotação inicial, independente do que já tenha
sido gasta é corrigida. Nossa posição, tecnicamente, tem entendido que é de corrigir somente o saldo, porque aquilo que já foi gasto, já foi gasto no
valor daquele mês, não
tem porque corrigir, porque não vai ser gasto de novo. Então essa Emenda vem contra eu penso, à função da Câmara, que é controlar o gasto do Executivo e nós
poderíamos silenciar
sobre ela e deixar que ela fosse aprovada, mas se o fosse nós estaríamos, sim, burlando a idéia do controle.
O Sr. Vicente Dutra: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu pediria desculpa a V. Exª porque bem na hora que estava ouvindo, atentamente, o seu pronunciamento, eu atendi um Vereador que me pediu para assinar um documento. V. Exª se refere ainda a Emenda nº 04?
O SR. JOÃO VERLE: Não. À Emenda nº 06, de autoria do Ver. João Dib, que propõe a correção da
dotação original e
não dos saldos. Então,
a leitura que fazemos é que ela é incorreta porque ela ia dar uma dotação muito grande, ela não deduz
as despesas que vão sendo realizadas mês a mês. Há uma Emenda de nº 23, do Ver. Ferronato, também neste sentido. Nesta Emenda também há exceção a algumas
situações, as receitas transferidas e os créditos adicionais. E nós entendemos
que no caso da receita transferida, aliás, transferência de receita, essa correção pode ficar um pouco prejudicada, mas tecnicamente é difícil, quase impossível que o
nosso sistema de processamento de dados possa fazer esta distinção, fazer uma diferenciação em
função dos valores transferidos e dos rendimentos das aplicações, porque esse dinheiro, quando é repassado para o Município, ele é aplicado imediatamente
para não perder o seu
valor real. Então tem
o rendimento e isso complica e dificulta a correção.
Portanto,
nós vamos ter,
provavelmente, neste
primeiro ano de execução de Orçamento indexado, uma série de situações que hoje nós
não somos capazes de prever para que no próximo exercício esta Casa já receba uma proposta
mais aperfeiçoada e com a experiência possamos melhorar. Nós somos contra a Emenda nº 06 e, por conseqüência, à Emenda nº 23, do Ver. Ferronato, que é no mesmo sentido.
A
Emenda nº 07, também do Ver. João Dib, coloca no caso de créditos suplementares, 5%, mas 5% de cada uma das dotações e não 5% da dotação global. Esta Emenda é tremendamente restritiva na medida que
cada elemento de despesa pode ser suplementado em apenas 5%. Neste primeiro
ano de aplicação de Orçamento indexado, evidentemente que vão surgir dúvidas, porque a tradição, eu já disse e
repito, é de que não há muita responsabilidade no Orçamento com a realidade dos fatos, porque ele é pela
inflação, totalmente distorcido, suplementado, corrigido, modificado, com ou sem audiência a esta Casa na medida em
que há uma margem de 25% de dotação global para corrigir, sempre, aqui nós partimos para o outro extremo de amarrar, excessivamente, o Executivo em cada elemento
poder ser corrigido
em apenas 5%. Então
nós não concordamos, entendemos que ela é prejudicial, inclusive para o bom
andamento do serviço público municipal e até esta Casa pode ser permanentemente assediada com
pedidos de suplementação.
O Sr. Airto Ferronato: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Gostaria de deixar registrado, até porque me coloco na posição e no entendimento de V. Exª, e falei isso hoje, pela manhã,
que está correto esse raciocínio, que uma vez votando-se contra a Emenda nº 06, que eu entendo que ela, na
verdade, vai levar a uma possibilidade de manipulação de verbas no sentido de retardamento
ou aceleração do pagamento das despesas para, com isso, fazer crédito papel,
vou deixar claro o que vou dizer: se nós gastarmos rapidamente, nós teremos mais recursos com a Emenda nº 06. Então, entendo que a
Emenda nº 05 amarra excessivamente o Orçamento. Era esta a minha colocação.
O SR. JOÃO
VERLE: Agradeço ao nobre Vereador pelo aparte. Mas, teríamos comentários sobre
outros aspectos, ainda da indexação, que me parecem o essencial na discussão,
mas penso que o essencial foi ferido. As Emendas nºs 04, 06 e 07 são as que
interessam, aí, para a discussão. Existe, ainda, uma série de outras Emendas,
algumas das quais modificam significativamente a proposta original que nós
pretendemos discutir, pretendemos estabelecer um debate para que a Casa se esclareça
e possa votar com tranqüilidade sabendo que o Orçamento do Município resulta de
um esforço de aperfeiçoamento, um esforço crescente e que ele será,
seguramente, melhorado no transcurso do exercício vindouro, na execução
orçamentária, para que no próximo exercício se possa, portanto, servir à
Cidade, ao Executivo e ao Legislativo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador
inscrito é o Ver. Nelson Castan.
O SR. NELSON CASTAN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de me fixar apenas em um aspecto da
proposta orçamentária, que é aquele que destina 210 a 220 milhões de cruzeiros
à Companhia Carris Porto-Alegrense. Entendo que esta Casa deve colocar essa
tentativa do Executivo Municipal num contexto mais amplo. Vejam V. Exas
que contexto é esse: a Câmara Municipal aprovou, ao longo deste ano, uma
verba ordinária do Fundo de Desenvolvimento Urbano para a CARRIS.
Posteriormente, esta Casa também aprovou a transferência de um imóvel da
Prefeitura para a CARRIS que, por sinal, já vendeu o tal imóvel. Mais do que
isso, nós temos em tramitação um Projeto que destina 49 milhões a título de
compensação de débito de ISSQN. Mas não é tudo! A chamada Administração
Popular, a mesma Administração que criou o famigerado plus tarifário e
que agora está tentando legalizar esse ato através de uma mudança nos créditos
de depreciação na planilha de custos, é base para o cálculo da tarifa, essa
mesma Administração quer inventar uma outra coisa em cima do transporte de
Porto Alegre, a chamada taxa de transporte. Vejam, Srs. Vereadores, como a
Administração Popular perdeu a medida das coisas e perdeu o senso do
equilíbrio.
E vejo o Ver. Vicente Dutra me ouvindo com atenção,
ele que foi um permanente crítico destes sucessivos aportes de recursos para a
CARRIS. Nós queremos ver, hoje, como V. Exª, que agora é Líder do PDS, e sua
Bancada vão votar. Eu tenho esta expectativa, eu quero conferir este voto.
E uma coisa que me pergunto: como é que a
Administração Popular, que diz zelar pelas estatais para dar o exemplo, de que
estatal bem administrada é viável, é politicamente e ideologicamente
defensável; como que esta mesma Administração, que diz que este compromisso
ideológico, e inunda a Cidade de Porto Alegre com sucessivos pedidos de dinheiro,
infindáveis pedidos de recursos para a CARRIS; com que moral a Administração do
PT vai defender uma estatal, uma empresa estatal se, sistematicamente, ela está
tirando dinheiro daqui e da li para jogar na empresa estatal. Com que
coerência? Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho a maior tranqüilidade
daquilo que estou falando, desta tribuna, pelo fato de que nos dois Projetos
anteriores, que carrearam recursos enormes para a CARRIS, eu ajudei a Bancada
do PT a aprovar. Fiz trabalho junto aos meus companheiros de Bancada para
aprovar.
Então, falo desta tribuna com maior tranqüilidade,
com a consciência absolutamente tranqüila, e venho aqui para denunciar isso que
está acontecendo, quer dizer, não bastam recursos do FMDU para a CARRIS, não
bastam terrenos vendidos para a CARRIS, estão querendo mais 49 milhões, mais
220 milhões, mais a legalização do absurdo que é a mudança na regra de
depreciação que o usuário já pagou. Estão querendo uma nova taxa, taxa de
transporte. Mas o que está acontecendo? Por que a CARRIS precisa tão
desesperadamente? Como pressionam, como fazem “lobby”, aqui, os representantes
da Administração Popular. O que está havendo? É um saco sem fundo, onde está o
problema? Devolveram a CARRIS para o COPA! Aquilo que nós, com muita luta tiramos,
a CARRIS, hoje, paga, mensalmente, para os empresários privados, aquilo que não
acontecia anteriormente. Onde está a explicação de tudo isso?
Para concluir, Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
gostaria de fazer um registro de uma passagem, aqui, do Senador Darcy Ribeiro,
mas antes gostaria de deixar bem claro que esta nova composição para a futura
Mesa da Câmara, se quiserem reduzir todos os cargos em Comissão podem fazer,
não tem problema nenhum. Agora, eu chamo a atenção de todos os Vereadores para
um aspecto: a confluência de discurso entre o PT e a direita ideológica que
vive massacrando os parlamentares, que vive desmoralizando os parlamentares, e
por incrível que pareça, neste aspecto, os discursos convergem. Isto é muito
curioso, para mim, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que em determinados
assuntos, que em determinados temas existe uma curiosa confluência de discurso,
uma curiosa identidade de idéias. Por isso gostaria de dizer uma passagem do
professor Darcy Ribeiro. Diz o Senador eleito Darcy Ribeiro: “A minha cabeça
política foi feita com o suicídio do Getúlio Vargas, em 1954. Isso fez com que
eu fosse intelectual atípico e estivesse sempre numa posição de esgotar a
possibilidade de fazer, aqui e agora, o que é possível para o povo que está vivo
aqui e agora”. Diferente da atitude daqueles que ficam se masturbando, querendo
uma coisa perfeita, quando o discurso da perfeição serve apenas para aderir à
direita. São serviçais da direita, o que é uma lástima, porque o Brasil precisa
muito destes quadros. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra
o Ver. Omar Ferri.
O SR. OMAR FERRI: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, eu também vou tecer alguns comentários a respeito deste
problema do Orçamento Municipal de Porto Alegre. Mas eu não sei porque um
Vereador falou em Orçamento, da CARRIS, evocou as palavras do professor Darcy
Ribeiro, falou na direita e outras coisas. Eu acho que quem tem peso na
consciência não pode falar na direita, aqui. Eu lembro que em 1982, entre a Av.
Castelo Branco e a Voluntários da Pátria tem uma propriedade de um guerrilheiro
anarquista espanhol chamado Juan José Martinez Vales, que lutou na guerrilha de
Espanha e disse que a parede do prédio dele seria para eu escrever o que
quisesse pela vida toda. E eu escrevi lá, quando o glorioso Partido Democrático
Trabalhista e vitorioso, por que não; fez acordo, fez conchavo, fez um
contubérnio político com o PDS, e eu escrevi na parede: “Me recuso a acreditar
que vocês se tornaram eles”. Eu, que tinha a vida toda lutado contra a direita,
neste País, de repente eu via que o maior líder vivo da República fazia acordo
exatamente com aqueles que representaram a direita.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nelson
Castan, num certo momento saiu da discussão, mas só para V. Exª ser mais rápido
nas suas colocações, para não fugir da discussão.
O SR. OMAR FERRI: Apenas vou
dizer a minha frase que eu botei na parede: “Me recuso a acreditar que vocês se
tornaram eles”. É apenas para lembrar. Agora, o Ver. Nelson Castan tem razão
num ponto. Eu não posso tirar a razão dele, vai ser a primeira vez na vida que
eu concordo com o Ver. Castan, fazendo votos a mim mesmo que eu não concorde
pela segunda vez, porque concordar uma vez é uma situação de alta
excepcionalidade e concordar pela segunda vez é um desastre público político. E
eu não quero concordar pela segunda vez.
Mas, em primeiro lugar, a Administração
Centralizada nos envia um Orçamento que às folhas 23 e 24 diz que: “O Poder
Executivo fica autorizado a abrir durante o exercício, crédito suplementar, até
o valor de 25% da despesa autorizada”. O Orçamento, que já contém a UROMPA; o
Orçamento, que já é “urompeizado”, ainda possibilitar a abertura de créditos
suplementares de 25% é despropósito, mas, mais despropósito ainda é o Sr.
Secretário da Fazenda, que nos honra agora com sua presença, na condição de
Vereador, dizer que houve um exagero, que esse fato fugiu ou escapou ao
controle e dos “expert” da Administração Municipal. Por esta razão eu
apresentei uma Emenda permitindo, porque não tem nenhuma lei que imponha uma
determinada percentagem, apenas a Constituição diz que esses créditos não podem
ser limitados. Portanto, eles pedem autorização para 25% e eu apresentei uma
Emenda de 2,5%. O Ver. Airto Ferronato tem uma Emenda de 5%. Parece que o PT
está aceitando esta Emenda e talvez a Casa termine por votar os 5%. Este é um
dos aspectos. O segundo aspecto veja bem, é um pouquinho humilhante para a
Casa. Humilhante por quê? Porque sob o ponto de vista da Constituição Federal,
da Constituição do Estado, da Lei nº 4.320, de 1964, que determina como sejam
elaborados os Orçamentos, e sob o ponto de vista da Lei Orgânica do Município
de Porto Alegre, a Câmara de Vereadores é uma unidade orçamentária
independente, soberana e autônoma. Fixe-se o que dizem as leis a este respeito
e no momento que o Ver. Valdir Fraga, na condição de representante oficial e
legal da Casa, envia proposta ao Poder Executivo dizendo das necessidades da
Câmara Municipal dos Vereadores e estabelecendo uma quantia de Cr$
1.069.000.000,00, o Sr. Prefeito Municipal, atendendo determinação expressa na
Lei Orgânica, deveria conceder a quantia pedida, pelo princípio da soberania e
pelo princípio da autonomia.
Mas, incrivelmente, um Prefeito que quis 25% de
créditos suplementares inclusive com “urompeização” do Orçamento –
“urompeização”, Ver. João Dib, é um termo que inventei à vista da UROMPA, que
foi inventada pelo PT, se eles tem direito a inventar eu também tenho. O
Executivo Municipal consigna, nas dotações orçamentárias, apenas a quantia de
Cr$ 861.000.000,00. Até aí tudo bem, mas, incrivelmente, no quadro
demonstrativo existente à folha 46, enquanto a Secretaria do Governo Municipal,
enquanto o gabinete do Prefeito, que do Orçamento de 1990 e 1991 baixaram um
pouco as dotações orçamentárias, agora deu início à elevação das dotações. Com
a Câmara é diferente. Em 1989 a Câmara gastava 5,5% do Orçamento; em 1990, 4,7%
do Orçamento; em 1991, 3,2% do Orçamento. Quer dizer, a Câmara sempre baixou. O
gabinete do Prefeito aumentou a percentagem, a Secretaria do Governo Municipal
vem aumentando. Com a Câmara ela está diminuindo. Tudo isso, Sr. Presidente,
sem nenhuma objeção, se não houvesse, aqui dentro desta Lei, um fato grave a
ser apontado por nós. É que à folha 61 consta que nós vamos aprovar uma dotação
em favor da CARRIS em decorrência de um convênio existente, em duzentos e
quatro milhões de cruzeiros. Existe um convênio. O Sr. Castan, quando esteve à
testa da Administração, nunca levantou objeções a este convênio. Quer dizer, é
uma herança. Este convênio, o que é para a Administração Centralizada? É uma
herança! E à folha 66 do Orçamento diz: “Fica consignado para aumento de
capital duzentos e vinte milhões de cruzeiros para a CARRIS”. Vejam bem, sem
mensagem, sem dizer do porquê, sem as razões de ordem do pedido, sem justificar
esta quantia, fica consignado uma dotação de duzentos e vinte milhões de
cruzeiros para a CARRIS. Somado, dá duzentos e vinte e quatro milhões de
cruzeiros para a CARRIS. Com mais de cinqüenta e cinco milhões aprovados este
ano, e agora com mais de quarenta e nove milhões de cruzeiros, quer dizer que a
CARRIS, uma empresa que tem o “filé mignon” das linhas de ônibus de Porto
Alegre, que tem receita, gasta mais da metade do que gasta um Poder que é a
Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Peço, Sr. Presidente, ao nosso ilustre líder
orçamentário, Ver. Airto Ferronato, que nos oriente, neste momento, para que a
Casa procure, através das Emendas, decidir de tal forma que a Câmara não seja
prejudicada e que esses 220 milhões, que não encontram nenhuma justificativa,
seja uma dotação que deva ser suprida da proposta orçamentária. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa acaba
de receber uma Emenda, de nº 42, da Comissão de Finanças e Orçamento. Solicito
ao 1º Secretário que leia a Emenda nº 42.
O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê a Emenda.)
O SR.
PRESIDENTE: Para discutir a matéria, o Ver. Elói
Guimarães.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, discute a
Casa, no dia de hoje, uma das leis mais importantes de tantas quanto orienta e
dispõe para os interesses do Município de Porto Alegre. A Lei de Meios, que é
aquela que fixa a despesa e estima a receita, e é uma prática contrária aos
orçamentos privados, onde se fixa a receita, a partir dela se vê o que é
possível gastar. Não vamos analisar isso, porque o tempo que dispomos é exíguo
para uma análise da receita nos diversos campos, eis que nós apenas queremos
fazer aqui uma colocação: que a Câmara Municipal de Porto Alegre, com respaldo
da Bancada do PDT ao longo destes dois anos de Administração do PT, ofereceu
todos os instrumentos necessários para que o Partido dos Trabalhadores tivesse
os recursos necessários para fazer face às políticas que adotou e passará a
adotar no atendimento às necessidades do Município.
Se nós lançarmos os olhos
sobre o conjunto de receitas, nós vamos ver que foi exatamente a partir do ano
passado, até esta data, que se criou, na história da Cidade, o maior número de
taxas para reforçar as necessidades a serem alocadas aos diferentes setores
necessários à Administração da Cidade de Porto Alegre. Eu me ateria, Sr.
Presidente, pelo que conheço, a um aspecto da discussão, hoje aqui enfocada,
que é a questão de alocação de recursos à CARRIS. Por que, Sr. Presidente, uma
discussão neste terreno? Porque a Bancada do PT, enquanto oposição e enquanto
palanque eleitoral, ela apregoava aos quatro ventos que os empresários do
transporte coletivo de Porto Alegre, recebiam tarifas privilegiadas. Pois eu
gostaria de depor a este respeito dizendo que tivemos durante a Administração
do PT, no relacionamento com os empresários do transporte coletivo, atitudes
profundamente estranhas. Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o preço
tarifário, que tive a oportunidade de denunciar nesta Casa, em maio do corrente
ano, quando recebia da Secretaria Municipal dos Transportes um conjunto de
informações, este preço tarifário representa, hoje, um encargo extra-planilha,
extra-metodologia de cálculo ilegal, até então, que se pretende legalizar. Está
aí um conjunto de projetos buscando a legalização do que se fazia ilegal.
Eu dizia, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, imaginem se durante o Governo do Collares se tivesse fugido
um centavo só fora da metodologia de cálculo, o que diriam? O que diriam da
Administração contestada do ex-Prefeito Collares? E o que disseram da
Administração Ver. João Dib? Nós tínhamos, eu tive a oportunidade de fazer, na
Secretaria Municipal dos Transportes, o censo de passageiros e, mal ou bem,
concluiu-se, através de levantamentos técnicos, que o índice de passageiros por
quilômetro era 3.60. E, pasmem as galerias, o PT manipulou este índice, não é
mais 3.60, está baixando de 3.60. E o Ver. João Dib está dizendo que está
certo. Se errado ou certo 3.60, não importa; o que importa é que a
Administração do PT baixou o índice e vocês sabem o que representa baixar o
índice? É exatamente aumentar a tarifa. E esta discussão eu não tenho
adversário para debater porque fogem da gente. Eu tenho chamado a ir a debate
por aí, não em todas as emissoras, evidentemente, tem umas que não querem e nem
nos chamam. Tem umas que estão construindo, aí pela Praia de Belas, e não nos
chamam. Esta não nos interessa chamar, mas outras nos chamam, as pequenas nos
chamam e eu tenho ficado sozinho, Ver. João Dib. E eu já encerro, Sr.
Presidente, porque é uma matéria muito boa para debater. E nós vamos ter
grandes oportunidades, nesta Casa, para um grande debate, um excelente debate.
O Sr. João
Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Nobre Ver. Elói Guimarães, eu havia dito que estava certo tendo que
baixar, porque a tarifa subiu tanto, tanto que o usuário não pode mais andar de
ônibus.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES: Veja que eu não estou falando no plus tarifário
que hoje representa sete quebrados. Mas o que eu me refiro é a um dado técnico:
não se poderia, sob qualquer pretexto, mexer no índice de passageiros por
quilômetro. Mas, afinal, um Partido que cobrava e se diz comprometido com as
lutas populares, como é que metem a mão neste índice que é importante para a
fixação da tarifa? Em face dessa redução de índice houve um crescimento da
tarifa. Ora, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós teremos grandes
oportunidades para discutir muita coisa aqui nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Com a palavra o Ver.
Clovis Ilgenfritz.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu me
inscrevi por dois motivos: primeiro, não tinha a intenção de participar
ativamente deste debate, que está entregue a alguns companheiros numa Comissão,
e está em boas mãos, mas como em 1989 eu participei ativamente no processo de
elaboração do Orçamento de 1990, me sobrou aqui uma oportunidade de fazer uma
observação que acho que a minha consciência obriga. Eu quero, de certa forma,
criticar a Administração Popular no que tange ao não cumprimento, pelo menos
até esta data, do nosso Orçamento Participativo que foi elaborado com a
comunidade, em 1989, e que nós nos comprometemos, também como Vereadores, a
cumpri-lo. Como ainda não terminou o ano e nós estamos cobrando isto da
Administração, temos certeza de que, pelo menos em grande parte, ainda dá para
recuperar este tipo de questão. A outra crítica que quero fazer da tribuna à
Administração Popular, que não tinha feito, ainda, e quem sabe hoje não é o
melhor dia, é de que a Administração retirou do planejamento a responsabilidade
de coordenar a feitura e a execução do Orçamento Municipal. E isso, para nós,
causou certo espanto porque, justamente no momento em que se começava a fazer,
em Porto Alegre, um esforço, na Administração, e, diga-se de passagem, um
esforço coletivo de elaboração, um esforço intergrado onde o especial, o social
e o econômico estivessem afinados, nós tivemos, infelizmente, contra a minha
vontade, mas por maioria dos meus companheiros, uma decisão de levá-lo ao
gabinete do Prefeito ou Secretaria do Governo. Eu acho que isto prejudicou em
parte o nosso Orçamento. Prejudicou, inclusive, aquilo que nós imaginávamos que
ia ser cumprido, que era a execução do Orçamento Participativo.
Mas, esses argumentos não
podem servir para que eu me coloque contra o que hoje está sendo apresentado,
aqui, pela Administração a que pertenço, porque eu acho que ele foi feito
criteriosamente. Os pequenos problemas, os pequenos erros de encaminhamento,
inclusive, foram corrigidos pela própria Administração em Mensagem
Retificativa. Por outro lado, algumas Emendas com as quais nós estávamos de
acordo, que já foram negociadas de Bancada em Bancada, também são justas.
Agora, o que eu não consigo aceitar é que se pegue como cavalo de batalha
apenas a CARRIS e a CARRIS serve como instrumento até de certa forma um pouco
revanchistas para alguns Vereadores ou para um Vereador, porque me parece que
ele não quer que a CARRIS assuma o lugar que ela deva assumir na Administração,
capitaneando um processo de melhoria real como já está acontecendo com o
transporte em Porto Alegre. Mas falaram, aqui, os Vereadores Nelson Castan e
Elói Guimarães, parece que a coisa não pode melhorar. É proibido melhorar a
CARRIS! O Transporte tem que continuar caótico como estava no fim do governo
passado. Então, esta questão eu quero colocar para os Vereadores que não
acompanharam este assunto na época do governo passado e que agora tenham consciência,
ao votar, de que nós precisamos melhorar o transporte para a população.
Nós não estamos aqui
defendendo a CARRIS em si, mas defendendo a necessidade de recuperar a CARRIS,
porque a CARRIS, diga-se de passagem, precisou agüentar, num momento de crise,
suportou linhas, como o caso da linha da Restinga, até que as coisas fossem
para o lugar. Hoje, temos o transporte para a Restinga 100% melhorado; hoje nós
temos, graças a outras providências, linhas transversais que não existiam antes
e temos quase 200 ônibus novos – no primeiro e segundo ano de administração –
quando se sabe que o primeiro ano não valeu porque não havia dinheiro nem para
pagar as contas, que eram dívidas passadas.
Para terminar esta minha
intervenção, eu quero colocar mais uma questão, que é superdimencionada e, às
vezes, é mal interpretada por alguns companheiros, ilustres Vereadores.
Refiro-me ao percentual que está colocado para a Câmara. A Câmara, como outros
setores da Administração Municipal, é uma atividade de meio, ela não tem
atividades diretas, não tem inserção direta em obras, infra-estrutura do
Município. É importante que esses 3,3% que aparecem aqui sejam relativizados,
porque isso é o resultado de alguma coisa que todos nós, se formos analisar
detidamente, vamos ver que nos anos anteriores o aumento real da arrecadação –
e até gostaria que algum Vereador me contradissesse, se for o caso – levou a
mudar uma relação que existe entre os números. Concordo com a preocupação do
Ver. Omar Ferri no sentido de trazer mais verbas para a Câmara. Quero deixar
claro que o aumento real que houve, de arrecadação, levou a mudar a relação dos
números percentuais e, por outro lado esse aumento real, – e isso é importante
para todos nós e para o Município – está sendo aplicado nas atividades fins,
que dizer, a Câmara não deixará de ter todas aquelas verbas que sempre teve em
relação aos anos anteriores, nas mesmas condições. Em números absolutos, ela
não perdeu nada. A percentagem diminuiu porque aumentou o valor absoluto da
arrecadação, Vereador. E este aumento global leva a uma nova divisão e os
percentuais aparecem diferenciados. Eu vou lhe dar um exemplo de um percentual
que aumentou, porque houve este aumento da arrecadação real, graças à Reforma
Tributária que a própria Câmara é co-responsável, e diríamos de passagem, de
uma forma a colaborar com o Município e com os munícipes.
O Sr. Omar
Ferri: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Se a Câmara Municipal necessita de um bilhão e sessenta e nove
milhões, de acordo com o levantamento criterioso do Sr. Presidente e sua
Assessoria Técnica, e se o Prefeito ou se a Administração Municipal somente
consignou uma dotação de oitocentos e trinta e um milhões, há uma defasagem de
duzentos e poucos milhões. Isto para mim é matemática.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ: Sr. Vereador, eu não tenho os números em mãos
para responder com precisão. Mas, se aplicado o fator e correção no Orçamento
passado, que foi aprovado pela Câmara e que era de 4,7%, os números são os
mesmos. Então, ou a Câmara aumentou a despesa, e aí há uma razão para aumentar
o Orçamento, ou ela continua com os mesmos quadros, com as mesmas finalidades,
com os mesmos encargos. Então, a despesa continua a mesma e os percentuais
aplicados por cada Secretaria são os mesmos, de correção de inflação e outros
números. Eu quero salientar que o DEP passou de 1,5% para 3,1%, e que o
Transporte passou de 1,8% para 2,4%, a Saúde passou de 10,8% para 14%, o Meio
Ambiente que estava tão necessitado, passou de 1,8% para 3,5%.
E quero deixar aqui um
pouco da minha modesta participação, neste momento. Está aqui dizendo, e eu em
deferência especial ao nosso Presidente, que a Câmara baixou de 4,7% para 3,3%.
Isto não só foi em função do que já expliquei, como também da participação da
comunidade, em inúmeras discussões, onde ela propôs que se baixasse. Mas é uma
questão que vai continuar sendo discutida e, com tempo, nós poderemos discutir
melhor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Próximo orador é o Ver. João Antonio Dib.
O SR. JOÃO
DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do
PDS apresentou uma Emenda sugerindo a retirada de 220 milhões de cruzeiros
destinados à Companhia Carris Porto-Alegrense para que se diminuísse o déficit.
Nós não vamos receber aula de transporte coletivo, porque vai ser difícil
alguém que nos dê aula de transporte coletivo urbano nesta Cidade. Agora, eu
acho que os 220 milhões vão diminuir o déficit, é importante diminuir o
déficit. Mas, eu não pretendia até fazer o uso da palavra neste debate, mas
quando o ex-Secretário do Planejamento vem à tribuna e diz que a Câmara está
gastando 3,3% e eu tenho a maior autoridade porque vivo reclamando que deveria
ser só 3%. Diz que está gastando 3,3% e que o dinheiro, que a arrecadação
aumentou. Efetivamente aumentou, é verdade, nós fizemos uma nova série de novas
alíquotas e alteramos uma série de valores. A Câmara, no meu tempo de Prefeito,
gastava 5,5%, e este ano nós vamos gastar 4,7%. Mas a Câmara que gastava 5,5%
tinha, no gabinete do Prefeito, em contrapartida, 0,6% e para uma Câmara de
3,3% nós temos, no gabinete do Prefeito, 0,9%. Esta é a explicação que eu
gostaria que o ex-Secretário do Planejamento nos desse, porque se nós estamos
gastando, agora, 3,3%, acho que podemos ficar com os 3,3%. Hoje de manhã eu
disse aqui, nesta tribuna, que eu estava examinando a idéia de encaminhar à
Mesa a redução do número de assessores do Legislativo e de Bancada e isso daria
uma economia de 100 milhões de cruzeiros. Então, não temos muita preocupação,
acho que podemos fazer a retirada dos 220 milhões da CARRIS, se é tão
eficiente, se criou tantas linhas, se atende tão bem, se tem tudo do melhor.
Por que mais dinheiro do povo, que já paga uma tarifa alta, de 45 cruzeiros, e
agora deve estar repassando. Então, não tem por que receber 220 milhões, e
tanto que aquela parte do convênio, lamentavelmente, deve continuar sendo paga,
porque não tem outra maneira de fazer, apesar de que, ao longo do tempo, sei
que não só na minha administração, mas outros devem ter tentado também
aposentar mais gente, porque há pobrezinhos, destes do convênio, que ganham
mais do que um engenheiro aposentado depois de 34 anos de serviço, como João
Dib ou lá o Darwin Ribas. Ganham mais e não se aposentam, porque a mamãe
Prefeitura paga e fica tudo fácil.
O Sr. Nelson
Castan: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu fiz várias gestões junto ao Prefeito Olívio Dutra, junto à
Presidência da CARRIS, junto ao Secretário de Administração, inclusive houve a
participação da Associação dos Funcionários Municipais, no sentido de
equacionar, de viabilizar a aposentadoria desses funcionários antigos, o que
resultaria numa grande economia para o Município. Todos esses dirigentes
municipais estão sabendo que há essa possibilidade, agora eu desconheço porque
isso não foi adiante.
O Sr. Elói
Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Escuto sua manifestação como alguém que teve a oportunidade de tratar,
na intimidade, os assuntos que estavam sendo versados na tribuna, para dizer a
V. Exª que o plus tarifário do PT representa um incremento na receita da
CARRIS, hoje, de 10 cruzeiros por passagem. Por quê? Porque a CARRIS está com o
IPK acima de 4 e o sistema privado tem 3.6, eles baixaram um pouco e tem que
explicar por quê. Mas o plus representa 10 cruzeiros por passageiro e,
logo, o discurso de V. Exª está no cerne da questão, V. Exª está coberto de
razão.
O SR. JOÃO
DIB: Sou grato aos dois apartes. Quero dizer ao
Ver. Castan que conheço a sua idéia, acho boa, me coloquei à disposição, dei o
meu aplauso porque é preciso que a Prefeitura encontre uma solução para o
problema que lhe é muito oneroso, tremendamente oneroso, e tem de ser
encontrada a solução para que se gaste menos com este convênio que não é só os
duzentos e um ou duzentos e cinco milhões, mas será suplementado várias vezes
ou “urompeizado”, como diria o Ver. Omar Ferri, ao longo do ano. E também dizer
que a tarifa da CARRIS, realmente, é melhor que as demais porque as condições
das suas linhas também se apresentam muito melhores do que as linhas de Porto
Alegre.
Portanto, fica apenas o
registro, quando a Câmara gastava 5,5% do Orçamento, o gabinete do Sr. Prefeito
gastava 0,3%. Agora, a Câmara vai para 3,3% e o gabinete do Prefeito sobre 50%,
vai para 0,9%. Isso é difícil de entender e é difícil de explicar.
O Sr. Clovis
Ilgenfritz: Só para não ficar sem nenhum esclarecimento,
já que eu acho que V. Exª, como professor desta Casa, eu acho até que nos
orgulhamos em termos uma pessoa com tanto conhecimento, mas às vezes o próprio
professor se engana. Não aumentou em 50% o Gabinete do Prefeito. Era 0,7% e foi
para 0,9%. E acredito até por razões que eu critiquei aqui, que é a questão do
Orçamento, ali, que tem um gasto realmente necessário e se não fosse ali seria
na Secretaria do Planejamento, não teria maiores problemas.
Por outro lado, agradeço
porque V. Exª foi à tribuna para contestar a questão dos números da Câmara e eu
acho que aí nós concordamos.
O SR. JOÃO
DIB: Nobre Vereador, eu não sou um professor mas
sou um ouvinte atento e por ser atento passo por professor. Eu disse que no
tempo em que fui Prefeito, o gabinete do Prefeito gastava 0,6% e a Câmara 0,5%
e, agora, a Câmara passa para 3,3% e o gabinete do Prefeito para 0,9%. Sobre os
0,6% tem sim 50%, e sobre os 0,7% tem somente 30%. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encerada a discussão. Em votação o Processo nº
1956/90.
A Mesa coloca em votação
a prorrogação da Sessão por duas horas. Os Srs. Vereadores que concordam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Com a palavra o Ver.
Vicente Dutra, para encaminhar.
O SR. VICENTE
DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Bancada do
PDS apela aos ilustres Vereadores pela aprovação, mas com atenção às Emendas
que apresentou ao Orçamento que estão sendo discutidas neste momento. E,
particularmente, pede à atenção a Emenda nº 01, do Ver. Airto Ferronato, que
modifica, em parte, a Emenda apresentada pela Bancada, a Emenda nº 07. Tendo em
vista o apelo feito pelo Ver. Airto Ferronato, o qual nós respeitamos, de que a
Emenda seria mais abrangente, estaria mais de acordo com o Orçamento, nós então
abrimos, a Bancada, e cada um vai votar de acordo com a sua consciência. Eu
confesso que ainda não sei como vou votar neste momento. Mas as demais Emendas
apresentadas nós pedimos a atenção e aprovação.
Chamamos especial atenção
à Emenda nº 08, que retira do Orçamento a importância de 220 milhões de
cruzeiros da Companhia Carris Porto-Alegrense. Nós não vamos, aqui, tornar
enfadonho o nosso pronunciamento, porque inúmeras vezes já falamos a respeito
do que pensamos, em particular este Vereador, da Companhia Carris
Porto-Alegrense. A CARRIS deve parar de receber recursos via Orçamento, ela tem
que se manter por seus próprios meios, ela tem que provar que uma companhia
estatal funciona e funciona bem, lembrando sempre que ela recebe terrenos e não
paga imposto e que ela não distribui lucros. Alguém diz: mas quando ela tem que
aumentar a frota ela tem que pedir recursos ao dono. Correto, em parte, uma
meia verdade, porque nas companhias privadas os donos também recebem os lucros
e o dono, no caso a Prefeitura, o Município, não recebe o lucro da CARRIS. Ora,
não distribuindo lucro, teoricamente ela deveria aplicar esses recursos, que na
área privada vai para o bolso para enriquecer o dono, ela deve aplicar em
aperfeiçoamento de sua frota. Esta meia verdade não cabe a nós. Apelamos aos
Srs. Vereadores que aprovem a Emenda nº 08, retirando esses 220 milhões, que
está aqui como encargos gerais do Município.
Por outro lado, ainda
chamo a atenção para a Emenda nº 09, do Ver. Leão de Medeiros. Esta Emenda
retira do gabinete do Sr. Prefeito a importância da publicidade de 35 milhões
de cruzeiros. Nós entendemos que uma política de transparência e de bom cuidado
com a coisa pública, 35 milhões está em demasia no gabinete do Sr. Prefeito. O
Ver. Leão de Medeiros está jogando esta importância para a sinalização e, neste
sentido, vai encontrar apoio total, incondicional, do Ver. Cyro Martini.
Sinalização das operações do sistema viário de transporte em Porto Alegre, que
tinha uma dotação pequena de 10 milhões de cruzeiros ficará, então, com 45
milhões de cruzeiros, com a retirada dos 35 milhões de cruzeiros.
Também, no primeiro
Projeto encaminhado pelo Sr. Prefeito Municipal faltavam às dotações, as
especificações dos 12% previstas no art. 183 da Lei Orgânica. Foi reclamado da
tribuna e, a bem da verdade, o Sr. Prefeito mandou uma retificação e estão
incluídos, aqui, os 12% destinados ao ensino especial. Nesta tarde, o mais importante
vai ser a aprovação deste Orçamento, onde constam estes 12%, Ver. Adroaldo
Corrêa, porque é uma coisa nova. Talvez seja o único Município brasileiro que
inovou, reservando 12% para os deficientes mentais, sensoriais e físicos e,
também, para os superdotados, já que 12% da população é diferenciada. Está de
parabéns Porto Alegre, porque vai votar uma proposição, via Orçamento, da maior
importância. Deverá servir de exemplo, porque as APAEs estão anunciando isso
nos Congressos, que Porto Alegre inovou e avançou muito em reservar 12% para os
deficientes. Vamos votar com a nossa consciência e espero que esta tarde seja
uma tarde que possa engrandecer esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Valdir Fraga): Com a palavra o Ver.
Lauro Hagemann, que encaminha pelo PCB.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso
companheiro Ver. João Verle, hoje licenciado da Secretaria Municipal da
Fazenda, que foi o grande elaborador deste Projeto de Orçamento para 1991,
explicou com riqueza de detalhes o que pretende a Administração Popular no
próximo exercício. Eu declaro, inicialmente, que vou votar de acordo com a
orientação do Governo, até porque o PCB faz parte da Frente Popular e do
Governo.
Gostaria, sem entrar num
exame profundo do Orçamento, de dizer que, de acordo ainda com as palavras do
Ver. João Verle, há uma novidade orçamentária no âmbito Municipal a partir do
ano que vem. Um redirecionamento, uma concepção nova de Orçamento, uma
indexação que vem tranqüilizar o Poder Público e o contribuinte, porque as
alterações que vão se verificar no processo orçamentário decorre do processo
inflacionário, que não é comandado pelo Município. Se a inflação estacionar,
estaciona a contribuição. Se por algum milagre a inflação baixar, também vai
baixar a arrecadação ou a contribuição dos munícipes.
Mas o que eu queria
chamar a atenção da Casa, como um todo, é que este Orçamento decorre de uma
visão de governo, de uma facção política. E como tal me preocupa algumas
Emendas que visam ou possam visar a um redirecionamento da vontade política do
atual Executivo. E, neste sentido, eu gostaria de pedir, fraternalmente, a
compreensão da Casa, e eu sei, e hoje pela manhã já havia dito isto, que em
função das discussões que estão se travando pelos corredores, pelos gabinetes,
existem pretensões de se torpedear algumas visões orçamentárias do atual
Executivo. Eu não retiro o direito de qualquer Vereador proceder assim, mas
gostaria de dizer que acima das nossas idiossincrasias, das nossas raivas
momentâneas, acima das nossas desilusões passageiras está o interesse da
Cidade. É este que deve prevalecer. O ano que vem vai ser um ano doloroso para
a Nação, e dentro da Nação estamos nós, o Município de Porto Alegre. Por isso
eu peço, com toda a tranqüilidade, que cada Vereador examine com profundidade o
alcance de seu voto na hora que se apresentar para a votação das Emenda,
algumas das quais, eu sei, são perigosas para o encaminhamento correto e normal
da Administração Municipal no próximo exercício. E quanto à CARRIS, que tem
sido citada aqui, e alguém já disse que parece que a CARRIS é o saco de pancada
deste Orçamento, eu gostaria de dizer à Casa que a CARRIS nos merece a maior
consideração. É a empresa tradicional do Município. Nem por isso ela deixa de
merecer críticas, mas ela não pode virar, nesta discussão orçamentária, o saco
de pancadas. As propostas que constam no Orçamento, de se alocar verbas para a
CARRIS, devem ser levadas em consideração, porque a visão privatista de alguns Vereadores
não pode se sobrepor aos interesses gerais da coletividade, que são
representados pela existência de uma CARRIS forte, e que oriente o processo de
transporte coletivo por ônibus de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estou
encaminhando, apesar do prolongado debate sobre o assunto, e exclusivamente em
função de, em primeiro lugar, todas as Emendas apresentadas e que tinha saldo
suficiente para ser retirado da Companhia Carris Porto-Alegrense, fui de
Parecer favorável. Em segundo lugar, a Emenda nº 22, de minha autoria, foi
destacada pela Bancada do PT, e esta é a razão única pela qual estou aqui,
dizendo que no Executivo Municipal de Porto Alegre ou para o Executivo
Municipal de Porto Alegre foram destinados recursos, dotações orçamentárias de
176 milhões para a publicidade, além das dotações orçamentárias destinadas a
outros órgãos da Administração Indireta. Então, só na Administração Direta, 176
milhões, e sei, por exemplo, que no DEMHAB tem mais 60 milhões. Apresentei uma
Emenda porque acho que ela é necessária e indispensável para o funcionamento da
Câmara de Vereadores no próximo ano. O que eu fiz: eu retirei verbas da
Secretaria Municipal da Educação, que tem verbas de 93 milhões, retirei 15
milhões de Publicidade e coloquei verbas, 15 milhões de Publicidade na Câmara
Municipal de Porto Alegre. E eu fiz aqui uma pequena Exposição de Motivos, e é
por isso que eu estou aqui, para dizer o que eu incluí na Exposição de Motivos.
A Lei Orgânica do
Município diz num dos parágrafos do Orçamento que o item Publicidade deve estar
especificado no Orçamento. Tem que ter um índice de Publicidade, e por outro
lado nós sabemos que todas as divulgações oficiais da Câmara de Vereadores
dependem, evidentemente, de verbas próprias para este fim, na atividade
divulgação oficial. Então o que nós fizemos? Retiramos apenas e tão-somente, 15
milhões de verbas da Secretaria da Educação, que tem 93 milhões, e trouxemos
para o Legislativo para fins de divulgação oficial na expectativa de que se
este valor é menor do que o necessário, posteriormente se abra créditos
adicionais, se este valor é maior do que o necessário, posteriormente, através
de créditos adicionais, se transfira para outra rubrica. Agora, eu entendo que
é indispensável a aprovação desta Emenda e peço a revisão da Bancada do PT
senão a Câmara se tornará inviável. Nós não poderemos sequer convocar
extraordinariamente os Vereadores, se assim o Sr. Prefeito desejar. Portanto, a
minha colocação parlamentar, nestes termos. Publicidade Emenda nº 22, vamos
repensar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encaminha o PT. Com a palavra o Ver. João
Motta.
O SR. JOÃO
MOTTA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria
rapidamente de sustentar a visão mais global deste Projeto de Orçamento que
está sendo, neste momento, discutido. E, sem dúvidas nenhuma, há grandes
novidades em relação ao Orçamento do ano passado que é a indexação, mesmo
parcial, na medida em que ele não reflete a inflação de dois meses, ela, sem
dúvida nenhuma, é uma inovação e ao mesmo tempo garante uma maior transparência
para o Orçamento, viabilizando que de fato os gastos efetivamente realizados
sejam complemente diferentes, aliás, impedindo que os gastos realizados sejam
completamente diferentes daqueles realizados pelo Legislativo, como é a prática
comum nos Orçamentos assentados em concepções mais tradicionais, razão pela
qual o Orçamento, regra geral, se assentado nesta concepção ele é um Orçamento
de ficção. Portanto, o Executivo pode de fato ter, a partir deste ponto de
vista, no Orçamento, uma pressa em termos de política pública de fato capaz de
ter incidência na organização concreta da Cidade, bem como na sua ação e na sua
existência mais cotidiana, como a destinação de verbas e a efetivação delas
através de obras e investimentos. O Orçamento de 1991 é muito superior ao de
1989, e alguém poderia raciocinar, genericamente, mas isso é uma obviedade, e
nós diríamos não tanto, na media em que houve, de fato, já esses dezoito
primeiros meses, um trabalho a partir da Secretaria da Fazenda no sentido de
aumentar de fato a arrecadação e o aumento do controle da arrecadação,
atualização do cadastro, o aperfeiçoamento no sistema e nas formas de
fiscalização já significaram – e esse dado é importante – um aumento de 6% no
ICMs, este ano, em termos de incidência na receita total do Orçamento do
Município de Porto Alegre.
Este dado é importante na
medida em que isso rompe com a tendência de mais de 20 anos, que era exatamente
a redução da incidência do ICMs na concretização da receita do Município.
Portanto, com isso temos um aumento na receita de 30% aproximadamente, em 1990,
e isto significa um aumento real no Orçamento em 20%. E a destinação desses
aumentos foi feita a partir de critérios diferentes, ou seja, o aumento dos
investimentos se eleva de 2,6% no ano de 1989 para 17,6% em 1991, e as
Secretarias, as áreas do Município que tiveram maior aumento desta dotação
foram, sem dúvida nenhuma, aquelas Secretarias que prestam serviços mais
diretamente à população: a SMSSS e a SMED. Também isso aconteceu com o DEP, que
de 1,4% em 1989, passa para 3,1% este ano; a SMOV, que passa de 4,7% no ano
passado para 9,2% no ano que vem. Portanto, isso resume todo esse trabalho
organizado e articulado e que visa, de fato, a resgatar este papel fundamental
para o Orçamento, rompendo, portanto, com essa lógica mais tradicional de
transformar o Orçamento numa mera peça de ficção.
Registro, finalmente,
apenas para destacar, uma divergência com o Ver. Airto Ferronato, que é Relator
do Parecer deste Projeto, que nós acompanhamos em grande parte o Parecer do
Relator. Entretanto, divergimos frontalmente pelo menos nessa proposta de
retirar 15 milhões da dotação destinada à SMED, para divulgação, na medida em
que isso inviabiliza concretamente a possibilidade de nós cumprimos com aquilo
que já é lei, inclusive fixado pela Lei Orgânica, de destinar 30% das verbas
para a área da educação. Portanto, nós somos contra essa proposta do Ver. Airto
Ferronato, mas em grande parte acompanharemos seu Parecer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Antes de
colocar em votação, solicitamos ao Sr. 1º Secretário que apregoe os
Requerimentos de Destaque ao Processo nº 1956.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa apregoa os Requerimentos de destaque ao
Processo nº 1956, que é do Orçamento Geral do Município para 1991. Destaque do
inciso I e alíneas “a” e “b” do art. 3º; art. 5º do Projeto; destaque às
Emendas nºs 13, 14, 16, 20, 36, 37 e 38. Também, foram destacadas as
Emendas nºs 08, 01, 04, 06, 07, 10, 21, 22, 23, 24, 35, 39 e 40.
A Mesa diz ao Plenário
que todos os Requerimentos tiveram as onze assinaturas regimentais.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas
solicito que o Sr. 1º Secretário repita o primeiro destaque.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: O primeiro destaque ao Projeto são as alíneas
“a” e “b” do artigo 3º, bem como o inciso I deste mesmo artigo 3º.
O SR. VIEIRA
DA CUNHA: Para um Requerimento, Sr. Presidente. Requeri
a V. Exª, consultando o Plenário, seja votado com prioridade o art. 5º, já que,
técnica e logicamente, o resultado da votação deste destaque poderão gerar
influência na definição do voto do destaque ao art. 3º, inciso I, alíneas “a” e
“b”. Este é o Requerimento que formulo a V. Exª, no sentido de que o primeiro
destaque ao Projeto votado seja o destaque relativo ao art. 5º e não ao art.
3º, inciso I, alienas “a” e “b”.
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos do Ver. João Dib e Ver. Leão de Medeiros.
O Sr. Secretário
orientará o Plenário a respeito da votação.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa esclarece ao Plenário que o processo de
votação do Orçamento é um pouco demorado, mas vai obedecer ao seguinte ritual:
vota-se o Projeto com ressalva dos destaques do Projeto. Segundo ponto: vota-se
os destaques do Projeto. Como o Plenário já aprovou a inversão, primeiro
vota-se o destaque do art. 5º e, em segundo lugar, vota-se o destaque às
alíneas “a” e “b” ao inciso I, art. 3º do Projeto. Em terceiro lugar, votam-se
as Emendas destacadas, uma a uma, de nºs 01, 04, 06, 07, 08, 10, 13,
14, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 35, 36, 37, 38, 39 e 40. Em quarto lugar: votam-se
conjuntamente as Emendas com Parecer favorável de nºs 03, 05, 09,
18, 19, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34 e 42. Vota-se a Subemenda nº 01 à
Emenda nº 06 caso esta tenha sido aprovada. A Emenda nº 06 é uma das destacadas
lá no primeiro lote. E, por último, votam-se as Emendas com Parecer contrário,
também em bloco, as de nºs 02, 11, 15, 17, 32 e 41. Este é o roteiro
da votação.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero
levantar essa Questão de Ordem porque tenho uma preocupação: o destaque do art.
5º, na prática suprime a UROMPA. A UROMPA já se encontra aprovada na Lei de
Diretrizes Orçamentárias. Pergunto se cabe este destaque por contradizer, contraditar
uma Lei anteriormente votada por esta Casa e aprovada.
O SR. VIEIRA
DA CUNHA: Sr. Presidente, para contraditar. Se o Sr.
Prefeito mandou o Projeto com o artigo, cabe o destaque; se ele fosse
desnecessário, o Sr. Prefeito, certamente, homem inteligente e cuidadoso que é,
e bem assessorado, não mandaria o Projeto com este artigo.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Para contraditar, Sr. Presidente, é uma
questão de legalidade e não uma questão de conteúdo.
O SR.
PRESIDENTE: Ver. Vieira da Cunha e Ver. Antonio Hohlfeldt,
a Mesa vai procurar o assessoramento da Direção Legislativa.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr. Presidente, os termos constantes na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, no que diz respeito à UROMPA, não são absolutamente
iguais e talvez até nem relativamente iguais aos que constam no Projeto de Lei
Orçamentária, este Projeto. Então, daí porque não cabe a colocação inicial de
que não teria sentido o destaque.
O SR. ISAAC
AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
entendo que esta teria que ser a posição correta. A questão suscitada pelo
nobre Ver. Antonio Hohlfeldt é uma Questão de Ordem jurídica e que,
eventualmente, se vê depois. Destaque existe e deve ser votado. Agora, a
resposta que está em vigor, se a UROMPA existe ou não, é uma questão a ser discutida
em outro fórum que não este que é o destaque para o art. 5º.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, nós
estamos numa fase em que não cabe encaminhamento e nem discussão, e sim Questão
de Ordem. Questão de Ordem, a juízo explícito do Regimento Interno, é a
indagação à Mesa e a Mesa responde. É a espera da resposta.
O SR.
PRESIDENTE: A posição do Ver. Isaac Ainhorn é correta. A
Direção Legislativa coloca que é uma questão jurídica e estamos recorrendo à
Auditoria para responder a ambos os Vereadores. Vamos suspender a Sessão
Ordinária por dois minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h27min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 16h32min): Estão reabertos os
trabalhos. Em votação o Projeto, com ressalvas das Emendas. O Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
O Sr. Secretário dará
conhecimento aos Srs. Vereadores de como será a votação das Emendas.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Em votação os destaques ao Projeto. O art. 5º
é o que está destacado para ser votado, agora, pelo Plenário.
O SR. DILAMAR
MACHADO: Sr. Presidente, requeiro votação nominal. Eu
entendo, salvo melhor juízo da Mesa, que, havendo destaque, é necessária
maioria absoluta para que a matéria seja reintegrada ao Projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Todas as Emendas e destaques, nos confirma a
Diretoria Legislativa é por maioria simples. Em votação o Requerimento do Ver.
Dilamar Machado, que solicita votação nominal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR. 1º SECRETÁRIO:
A Mesa vai iniciar a chamada nominal dos Srs.
Vereadores. A ressalva que se referiu é para o art. 5º. Os Srs. Vereadores que
quiserem manter o art. 5º dirão sim e os que quiserem retirá-lo dirão não.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada e coleta os votos.) Sr.
Presidente, 17 Srs. Vereadores votam SIM
e 14 votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: Está mantido o art. 5º do Projeto.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio Koutzii,
João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de
Medeiros, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, João Verle e Adroaldo Corrêa.
Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado,
Nelson Castan, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, João Bosco e Manira Buaes.)
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa agora vai apregoar o 2º destaque ao
Projeto que são as alíneas “a” e “b” e o inciso I do art. 3º.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu indago
à Mesa se a manutenção do art. 5º não prejudica a Emenda nº 38.
O SR.
PRESIDENTE: Está confirmado que prejudica.
O SR. OMAR
FERRI: Gostaria que V. Exª me auxiliasse no entendimento
de como fica se a votação suprime. Como ficariam as outras Emendas que diminuem
de 25 para 5 e para dois e meio, os Créditos Suplementares?
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann vai orientar Vossa
Excelência.
O SR. OMAR
FERRI: Quero pedir perdão, mas acho que é de grande
responsabilidade, porque estamos apreciando, hoje, a Lei mais importante para o
Município de Porto Alegre.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Se forem suprimidas do texto as alíneas “a” e
“b” e o inciso I do art. 3º, ficam prejudicadas as Emendas nºs 01,
02, 06, 14, 15, 21 e 41.
O SR. CYRO
MARTINI (Questão de Ordem): O entendimento a respeito
do art. 5º não foi o mesmo, pois aquela Emenda só teria sentido na medida em
que permanecesse no texto o art. 5º; fora daí a Emenda seria inócua. Agora,
pela colocação relativa aos 25%, vê-se, claramente, que o entendimento é
diverso do anterior. São dois pesos e duas medidas. Agora, se ficar no texto,
cabe a Emenda.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: No caso do art. 5º, só foi prejudicada uma
Emenda, a de nº 38. No caso deste destaque que vai ser apreciado agora das
alíneas “a” e “b” e do inciso I, é um rol de Emendas...
O SR. CYRO
MARTINI: Seja uma ou seja um rol, são Emendas.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Mas todas elas são alcançadas pela manutenção
ou não, deste destaque.
O SR. CYRO
MARTINI: Mas o entendimento é diverso, agora. São dois
pesos e duas medidas sobre a mesma coisa.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero
apenas tentar vencer esta questão, colaborando com a Mesa respeitosamente.
Ocorre que a Emenda nº 38 é supressiva e a Emenda que nós vamos votar, agora,
em sendo supressiva, as demais são modificativas. Então, esta é uma diferença.
No caso, o destaque do art. 5º suprimia. É de igual conteúdo que a Emenda nº
38, que é supressiva. O destaque do art. 13 é supressivo, mas as Emendas são
modificativas, ou seja, no caso não são dois pesos, numa situação igual como
quer o Ver. Cyro, mas são duas situações diferentes.
O SR. VIEIRA
DA CUNHA (Questão de Ordem): O Ver. Antonio Hohlfeldt tem
razão em parte. Eu digo em partes, porque nem todas Emendas apresentadas no
art. 3º e seus incisos e suas alíneas são modificativas. Há Emendas
supressivas, inclusive uma do Ver. Omar Ferri, que quer, no meu entender,
coerentemente, suprir a alínea “b” do art. 3º. Apresentou esta Emenda com uma
extensa e bem anotada fundamentação, como em todos os Projetos de Lei que dizem
respeito aos respectivos Orçamentos que estamos votando hoje à tarde.
Então, eu chamo a atenção
do companheiro Cyro Martini que realmente não haverá dois pesos e duas medidas
por parte da Mesa, isto em relação às Emendas supressivas. Por quê? Porque o
destaque tem o mesmo caráter da Emenda supressiva, ele apenas precede à
apreciação pelo Plenário por disposição regimental. Sou grato.
O SR.
PRESIDENTE: A posição de V. Exª, a Mesa, inclusive, está
deixando em aberto as Questões de Ordem para que a gente possa discutir um
pouco e aprender um pouquinho mais, enquanto a Direção Legislativa está fazendo
ali um estudo, rapidamente, para responder à Vossa Excelência.
O SR. CYRO
MARTINI (Questão de Ordem): Mas veja, Sr. Presidente,
o raciocínio é simples. Se ao se tentar reintroduzir o art. 5º no texto original, aí não
coube, porque são de igual teor, assim como o inciso e as letras não caberiam
também.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador, nós estamos entendendo a Questão de
Ordem de Vossa Excelência. Só que a Mesa quer responder para V. Exª com os
dados mais oficiais.
O SR. ELÓI
GUIMARÃES (Questão de Ordem): Apenas para antecipar a
decisão da Diretoria Legislativa e colaborar com a Mesa, aplique-se a decisão à
Emenda do Ver. Cyro Martini de nº 14. Por ser excludente ela suprime alínea “b”
do art. 3º. Apenas para colaborar com a Mesa.
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann tem a orientação
técnica.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa, pacientemente, volta a esclarecer ao
Plenário que o destaque em apreciação são as alíneas “a” e “b” e ao inciso I do
art. 3º. Se as alíneas “a” e “b” e o inciso I do art. 3º forem mantidos, só
prejudicam a Emenda nº 14, porque as outras tendem a modificar o destaque, se o
Plenário aceitar vai ser mantido no texto. É uma questão óbvia de desdobramento
da questão. Não ficam prejudicadas as Emendas, apenas as Emendas modificativas.
Só fica prejudicada a Emenda nº 14, igualmente o destaque.
O SR. VIEIRA
DA CUNHA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com todo
o respeito, quero dizer a V. Exª e ao seu Secretário que entendo que nem a
Emenda nº 14, do Ver. Omar Ferri fica prejudicada e explico porquê. Nós
votaremos o destaque, Ver. Lauro Hagemann, de todo o inciso I, com suas
alíneas. Pode haver Vereador, e sei que pelo menos um há, que é o Ver. Omar
Ferri, que quer suprimir apenas a alínea “b”, e quer manter a alínea “a” e seu
inciso I. Portanto, se dermos a interpretação que está dando a Mesa, nós
prejudicaremos a possibilidade do voto do Ver. Omar Ferri em sua Emenda que
quer suprimir apenas a aliena “b”. Portanto, entendo que não há
prejudicialidade, a menos que, Sr. Presidente, e isso a Mesa pode fazer, a Mesa
entende de votar primeiro o inciso, depois a alínea “a” e depois a alínea “b”,
votando por partes.
O SR.
PRESIDENTE: Está confirmada, agora, a razão de V. Exª - a
Diretoria Legislativa alertada por V. Exª - está correta a posição de V. Exª e
nós vamos orientar o Plenário referente à votação.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa estava elaborando em equívoco ao
considerar o destaque globalmente. A Mesa orienta o Plenário que vai fazer a
votação do destaque ponto por ponto. Primeiro a alínea “a”, depois a alínea
“b”. A Secretaria recebeu o destaque como alínea “a” e “b”, inciso I do art.
3º, de maneira global. Mas agora entendeu que deve ser destacado, porque a
intenção dos Vereadores é parceladamente alterar.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr. Presidente, eu entendo de modo contrário.
O inciso I introduz as letras “a” e “b”, fazem parte de um conjunto, não são
segmentos isolados dentro do texto. Portanto, se nós apreciarmos temos que
apreciar em conjunto, até porque perderia o sentido. Não há como se examinar
separadamente.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Eu entendo que o Ver. Cyro Martini, neste
detalhe, está certo. Nós vamos ver se retiramos as alíneas e o inciso numa
votação só. Quem quiser, posteriormente, que seja retirada apenas a alínea “b”,
votará na Emenda destacada do Ver. Omar Ferri, que não está prejudicada. É uma
votação só no inciso I e uma votação só lá na Emenda.
O SR. VIEIRA
DA CUNHA: Sr. Presidente, na condição de um dos autores
do Requerimento de destaque, eu quero dizer a V. Exª que aceito esta
interpretação de votar globalmente, desde que não haja prejudicialidade da
Emenda nº 14, do Ver. Omar Ferri. Aceito que a votação seja global desde que a
Mesa revise a sua posição primeira de declarar a prejudicialidade.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa não tinha declarado a prejudicialidade.
O SR. VIEIRA DA
CUNHA: O Sr. Secretário tinha adotado essa posição.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Sem querer dialogar com o Plenário, se o
destaque for aceito, se retira tudo, aí a Emenda nº 14 fica prejudicada. Esta é
a prejudicialidade que foi declarada. Se negar, mantém a Emenda nº 14.
O SR.
PRESIDENTE: Vereador, é porque a primeira Questão de Ordem
foi feita pelo Ver. Omar Ferri. Ele perguntava o prejuízo. Por isso é que
prejudicava, naquele momento. Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à
chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação das alíneas “a” e “b” e ao
inciso I, do art. 3º.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta os votos.)
Sr. Presidente, 19 Srs. Vereadores votaram SIM e 12 votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: Mantidas as alíneas “a” e “b” e o inciso I, do
art. 3º do Projeto.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio
Koutzii, João Dib, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann,
Leão de Medeiros, Luiz Braz, Mano José, Omar Ferri, Vicente Dutra, João Verle,
Adroaldo Corrêa e João Bosco. Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Dilamar
Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Letícia
Arruda, Luiz Machado, Nelson Castan, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e Manira
Buaes.)
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Passamos, agora, ao terceiro ponto da votação.
Se trata de votar as Emendas destacadas, uma a uma, a começar pela de nº 01. A
Mesa repete a leitura da Emenda nº 01. (Lê.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados...
(Tumulto nas galerias.)
O SR.
PRESIDENTE: Estão suspensos os trabalhos por cinco
minutos.
(Suspendem-se os
trabalhos às 17h02min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 17h09min): Verificação de votação
ao destaque da Emenda nº 01, do Ver. Airto Ferronato.
Solicito ao Sr. 1º
Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta os votos.)
Sr. Presidente, 16 Srs. Vereadores votaram SIM e 13 votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº 01. A Mesa
declara que em função desta votação foram prejudicadas as Emendas de nºs
02, 07, 15 e 41.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato,
Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio
Koutzii, João Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Nelson
Castan, Omar Ferri, Vicente Dutra, João Verle, Adroaldo Corrêa e João Bosco.
Votaram NÃO os Vereadores Cyro Martini, Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Jaques Machado, João Dib, Leão de Medeiros, Luiz Braz, Luiz Machado,
Nelson Castan, Vieira da Cunha, Wilton Araújo e Manira Buaes.)
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa declara a prejudicialidade das Emendas
nºs: 02, 07, 15, 41.
O SR. LEÃO DE
MEDEIROS (Questão de Ordem): A Emenda nº 07, embora
fixe o mesmo limite da Emenda nº 01, a forma de examiná-la é diferente da
Emenda nº 01. Ela se fixa num detalhe da despesa. Na Emenda nº 07 ela fixa esse
mesmo limite de 5% em cada dotação orçamentária.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: De acordo com a Diretoria Legislativa é
impossível destacar os 5% do total da despesa autorizada, dos 5% de cada uma
das dotações orçamentária autorizadas por esta Lei. O espírito da Emenda é o
mesmo.
O SR. WILTON
ARAÚJO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, talvez em
auxílio à Mesa: há uma diferença fundamental entre a despesa global e a despesa
de cada uma das dotações, até porque há uma dificuldade de remanejamento das
dotações internamente, entre uma e outra dotação. Não é possível se não
autorizado. Então, está aí a diferença? Então, vejam bem, esta Emenda nº 07 tem
um teor bem diferente.
O SR.
PRESIDENTE: Os 5% estão prejudicados, a expressão é que
vai ser votada depois. Vamos colocar em votação, não vamos prejudicar ela por
inteiro, os 5% ficam prejudicados e no momento oportuno voltaremos à Emenda nº
07.
O SR. ADROALDO
CORRÊA: Sr. Presidente, salvo melhor juízo, e eu louvo
o interesse da Mesa em tentar resolver para salvar parte do corpo independente
que outra parte tenha sido objetivamente atingida, acho que o que se refere aqui, neste momento, é
se podemos apresentar neste desenvolvimento dos trabalhos uma meia Emenda, o
que seria o caso, meia Emenda é que estaria sendo votada.
O SR. OMAR
FERRI: Sr. Presidente, me parece que com esta última
votação a alínea “a” do inciso I do art. 3º fica assim redigida: “Até o limite
de 5% da despesa total autorizada”. Está certo o meu entendimento ou não, Sr.
Presidente, porque tenho dúvidas?
O SR.
PRESIDENTE: V. Exª quer repetir, por favor.
O SR. OMAR
FERRI: Pela última votação, segundo o meu
entendimento, a letra “a” do inciso I do art. 3º passou a ter a seguinte
redação: “Até o limite de 5% da despesa total autorizada”. É correto o meu
entendimento? Muito bem, este Vereador entende que a outra Emenda da dotação
fica automaticamente prejudicada.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, eu sou o primeiro signatário da Emenda nº 07. Agora não
tem como sintonizar as duas, a Emenda nº 01 eliminou a nº 07.
O SR. OMAR
FERRI: Perfeito. Apenas se V. Exª permitir eu
gostaria de explicar que se for aprovada, agora, uma Emenda limitadora dos 5%
das dotações, ela torna inviável esta decisão da votação anterior.
O SR.
PRESIDENTE: Nós vamos manter a primeira orientação da
Mesa, considerando a Emenda nº 07 prejudicada.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa apregoa o destaque para a Emenda nº 04
de autoria da Bancada do PDS. (Faz a leitura da Emenda nº 04.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Sr. 1º Secretário fará
a leitura da Emenda nº 06.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 06.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação a Emenda nº 06. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
O Sr. 1º Secretário fará
a leitura da Emenda nº 08, destacada.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Lê a Emenda nº 08.)
O SR. AIRTO
FERRONATO (Questão de Ordem): A Subemenda nº 01, à
Emenda nº 06, de minha autoria, que tem Parecer favorável, ela fica aprovada
porque não há destaque?
O SR. 1º
SECRETÁRIO: Será incluída no bloco das Emendas com Parecer
favorável.
O SR. CYRO
MARTINI (Questão de Ordem): Há outras Emendas
subseqüentes que procuram redistribuir essa verba que implica dotação para a
CARRIS, e perguntaria se tais Emendas, se aprovada esta, ficam prejudicadas? É
uma questão de ordem cronológica. Acho que não ficam prejudicadas se seguirmos
o mesmo raciocínio de então.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: A Mesa esclarece ao Plenário que se for
aprovada a Emenda nº 8, que retira 220 milhões da CARRIS para aumento de capital,
fica prejudicada, parcialmente, a Emenda nº 10, e totalmente as Emendas nºs
32, 40 e 16.
O SR. CYRO
MARTINI: O raciocínio é contrário da reinclusão do
destaque, é uma questão apenas de ordem. Agora, a Emenda só teria sentido, a de
nº 10, se mantido o texto.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: As Emendas são apregoadas por ordem de
ingresso.
O SR. WILTON
ARAÚJO (Questão de Ordem): Neste caso há uma certa
diferença, porque no exato momento em que retiramos, ou não destinamos os 220
milhões de cruzeiros para a CARRIS, permanecem os 220 milhões na receita, sem
outra destinação; se as outras Emendas destinam para outras finalidades, me
parece que o raciocínio aí não pode ser simplesmente linear. Vamos andar com
mais cuidado porque, de repente, eu acho que é diferente.
O SR. VICENTE
DUTRA (Questão de Ordem): Só para contraditar o
ilustre Ver. Wilton Araújo: aqui na proposta da Emenda supressiva nº 08 está
bem claro que estes 220 milhões não ficarão no ar. Eles serão deduzidos do
déficit orçamentário que existe no Orçamento.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: O texto da Emenda está cobrindo a destinação
dos 220 milhões.
O SR.
PRESIDENTE: A Direção Legislativa confirma: prejudica as
demais Emendas. Nós apenas não tínhamos dado conta que estávamos lendo a
justificativa tão-somente.
Em votação a Emenda nº
08.
O SR. VIERIA
DA CUNHA: Sr. Presidente requeiro votação nominal.
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Vieira da
Cunha. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao Sr.
Secretário que proceda à chamada nominal e colete os votos.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta os votos.)
Sr. Presidente, 15 Srs. Vereadores votaram SIM e 16 votaram NÃO.
O SR.
PRESIDENTE: REJEITADA a Emenda nº 08.
(Votaram SIM os Vereadores Antonio Hohlfeldt,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio Koutzii, João Dib, João Motta, José
Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Mano José, Omar
Ferri, Vicente Dutra, João Verle e Adroaldo Corrêa. Votaram NÃO os Vereadores
Airto Ferronato, Artur Zanella, Cyro Martini, Dilamar Machado, Ervino Besson,
Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Valdir
Fraga, Vieira da Cunha, Wilton Araújo, João Bosco e Manira Buaes.)
O SR.
PRESIDENTE: Passaremos à votação da Emenda nº 10.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Se os 220 milhões ficar
para a CARRIS, como é que nós vamos, agora, dar 10 milhões dos 220 para outra
coisa?
O SR.
PRESIDENTE: Nós temos outras Emendas e essas Emendas é que
vão dizer para onde vão. Em votação a Emenda nº 10. Informamos ao Plenário que
será realizada votação nominal. O Sr. Secretário procederá à chamada nominal
dos Srs. Vereadores para a votação.
O SR. 1º
SECRETÁRIO: (Procede à chamada nominal e coleta os votos.) Sr. Presidente, 17 Srs.
Vereadores votaram SIM e 14 votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADA a Emenda nº
10.
(Votaram SIM os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Cyro Martini,
Dilamar Machado, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, Jaques Machado,
João Dib, Letícia Arruda, Luiz Braz, Luiz Machado, Nelson Castan, Vieira da
Cunha, Wilton Araújo, João Bosco e Manira Buaes. Votaram NÃO os Vereadores
Antonio Hohlfeldt, Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Flávio Koutzii, João
Motta, José Alvarenga, José Valdir, Lauro Hagemann, Leão de Medeiros, Mano
José, Omar Ferri, Vicente Dutra, João Verle e Adroaldo Corrêa.)
O SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, gostaria de deixar registrado que é a primeira verba aprovada, no
Estado, em matéria de educação de trânsito. É um dado histórico, de extrema
relevância.
O SR. 1º SECRETÁRIO: A próxima
Emenda é a Emenda de nº 13, de autoria do Ver. Airto Ferronato. (Lê a Emenda.)
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA a Emenda.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, foi aprovada a Emenda nº 13 e indago se não está prejudicada a
Emenda nº 18.
O SR. PRESIDENTE: Não está
prejudicada, pode até se somar. Vai depender das votações.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr. Presidente,
no meu entendimento a prejudicialidade é evidente na medida em que o Plenário
votou 7%. Ele prejudica que seja 5%, o Plenário optou que sejam destinados 7%
para o Conselho, isso prejudica a outra Emenda que fala em 5%.
O SR. PRESIDENTE: Vereador, é
que uma fala em gabinete do Prefeito e a outra fala em outra Secretaria.
O SR. VIEIRA DA CUNHA: Sr.
Presidente, eu retiro a minha interpretação, V. Exª tem razão, são duas fontes
diferentes. Sr. Presidente, pediria a atenção do Ver. Antonio Hohlfeldt, V. Exª
levantou a prejudicialidade da Emenda e quero encaminhar contrariamente,
argumentar e pedir que V. Exª acompanhasse o raciocínio. A Emenda nº 03
apresenta 7% e indica que será retirado este 7% da dotação destinada à
publicidade do gabinete do Prefeito e, a Emenda nº 18, que tem Parecer
favorável e não foi objeto de destaque, portanto será aprovada por este
Plenário, ela indica 5%. Se ela indicasse 5% do gabinete do Sr. Prefeito ela
estaria prejudicada, mas ela indica 5% da Secretaria Municipal de Educação. Não
há, portanto, prejudicialidade, Sr. Presidente, e em Redação Final é
perfeitamente viável se ajustar as duas Emendas num mesmo artigo. Não há
problema algum, no meu ponto de vista, ficará o Conselho Municipal com 12%, 7%
do gabinete do Prefeito e 5% da Secretaria Municipal da Educação, a verba de
publicidade, bem entendido.
O SR. MANO JOSÉ (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, não querendo dialogar com a Mesa, mas nós tivemos uma situação
semelhante na semana passada, quando um Projeto meu – e todos ainda devem ter
na memória – a respeito do vale transporte onde tínhamos duas Emendas, uma do
PDT e outra do PT endereçadas ao mesmo art. 2º e foi declarada a
prejudicialidade, apesar da Questão de Ordem feita pelo nobre Ver. Artur
Zanella, a prejudicialidade de uma Emenda em função da outra. Então, acho que a
Mesa, neste momento, merece toda a nossa consideração e todo o nosso respeito,
mas não pode se contradizer.
O SR. PRESIDENTE: Nesse seu
Projeto, aqui, se acrescenta um novo artigo.
O SR. MANO JOSÉ: Sem querer dialogar com a Mesa é
que os dois são endereçados ao mesmo art. 6º, assim como no meu Projeto, os
dois também endereçados ao art. 2º.
O SR. PRESIDENTE: Aqui inclui o
art. 6º um valor de 7% e outro de 5%. Um tira da Prefeitura e o outro... Nós
queremos conversar com o Ver. Airto Ferronato se vamos somar os dois em vez de
ficar 7% ou 5%, ou ficar os 12%.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, acho que o Ver. Vieira da Cunha tem razão no que ele levantou.
Houve, inclusive, um Parecer da Auditoria da Casa, inclusive sob nosso
protesto, na ocasião, de que Emendas endereçadas ao mesmo artigo, se excluíam,
e gostaria de que a Mesa mantivesse pura e simplesmente a orientação coerente.
Apenas o meu apelo, Sr. Presidente.
O SR. WILTON ARAÚJO (Questão de Ordem): Sim, só que
aqui há uma diferença básica, Ver. Antonio Hohlfeldt. Aqui se acrescenta outro
artigo. Poderia se dizer: inclua-se no art. 7% ou inclua-se onde couber. Quer
dizer, não existe o art. 6º no texto. Então aí é diferente. Quando existem duas
determinações para o mesmo artigo aí concordaria com Vossa Excelência. Neste
caso, não. A inclusão de novo artigo tem outra característica.
O SR. AIRTO FERRONATO: Quero dizer
que eu estava ausente no Plenário, dando uma entrevista, então não participei
desta votação, portanto, a minha posição era de aprovar apenas uma Emenda e não
duas.
O SR. PRESIDENTE: Nós estamos
buscando o entendimento. Ver. Airto Ferronato, V. Exª deu um Parecer à Emenda
nº 13 e um Parecer à Emenda nº 18, favorável. Qual a intenção de V. Exª, como
Relator? A Mesa tem uma posição com a Direção Legislativa, mas estamos ouvindo
os companheiros Vereadores.
O SR. AIRTO FERRONATO: A Emenda nº 13
foi pela rejeição e a Emenda nº 18 foi pela aprovação, até porque sei que o
Estatuto do Adolescente é lá daquela Unidade da SMED e não do Executivo.
O SR. PRESIDENTE: Só que ela foi
destacada, mesmo rejeitada.
O SR. AIRTO FERRONATO: Eu não estava
presente, eu não sei quem destacou, e na minha avaliação deve ser aprovada a
Emenda de nº 18. Até porque está errada tecnicamente a Emenda nº 13.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Eu queria
solicitar a V. Exª que em virtude da colocação do Ver. Wilton Araújo, que se
solicitasse os apanhados taquigráficos daquela Sessão do vale-transporte, onde
vai ficar esclarecido o processo. E a Emenda encaminhada pelo Ver. João Motta
que, na Redação Final, poderia ser arrumada e isso foi explicitamente negado. E
não estando redigido, inclua-se onde couber, ia tudo para o mesmo.
Requeiro apanhado taquigráfico daquela Sessão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa está
tranqüila, porque estamos votando o Orçamento para 1991 e não vamos atropelar
em nada. Vamos, na medida do possível, buscar o melhor caminho.
Vamos suspender os trabalhos por cinco minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 17h56min.)
O SR. PRESIDENTE (às 18h21min): Vamos
suspender esta Sessão Ordinária tendo em vista o término do prazo regimental
dos trabalhos e convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão Extraordinária, a
ser realizada a seguir.
(Levanta-se a Sessão às 18h21min.)
* * * * *